Há uma previsão comum entre aqueles que imaginam o futuro dos celulares: um dia, a experiência de usar o telefone móvel será idêntica à de operar um computador hoje. Aparentemente, estamos caminhando para isso. Os aparelhos conhecidos como smartphones estão cada vez mais próximos dos PCs. O mouse foi substituído pelo comando dos dedos, o acesso à internet já vem integrado por wi-fi ou pela rede 3G e a capacidade de armazenamento só cresce. Mas é outra característica comum ao mundo dos computadores que começa a causar uma revolução no universo dos celulares: a facilidade de baixar programas – de jogos, notícias, redes sociais e outros.
Na semana passada, a operadora TIM anunciou que no ano que vem lançará a TIM App Store no Brasil, uma loja on-line de programas para celulares. A iniciativa é fruto de uma parceria com a Qualcomm, conhecida por desenvolver chips para telefones, mas que agora aposta num sistema chamado Plaza Retail. Basicamente, a Qualcomm ficará responsável por selecionar desenvolvedores dispostos a criar programas para diferentes sistemas operacionais de celulares, sejam eles de Nokia, Apple, Google ou Microsoft. Os programas serão postos à venda e o valor deles será debitado na conta do celular no fim do mês. O modelo será de repartição de receita com a venda, mas as empresas não detalharam com quanto cada parte ficará. “O lançamento coloca as operadoras novamente no negócio de aplicativos”, afirma Paulo Breviglieri, diretor-geral da Qualcomm no Brasil. “Elas também voltam a ter o controle do conteúdo dos usuários.”
Levando em conta a evolução dos aparelhos e o crescimento do mercado de smartphones – que vendeu quase 140 milhões de unidades no mundo, em 2008 –, era de esperar que empresas de outros setores tentassem conquistar um pedaço dos lucros. Mas a TIM App Store e outras lojas de programas que serão lançadas pelas operadoras até o fim do ano (há rumores de que a Claro também já fechou contrato com a Qualcomm) não são apenas lojas. O movimento é um golpe nos maiores parceiros comerciais da operadora: as fabricantes de aparelhos. “Temos 40 milhões de usuários, mas menos de 10% usam serviços além de voz e SMS”, diz Rogerio Takayanagi, diretor de marketing da TIM Brasil. “Queremos que a venda de programas seja horizontal. Não dá para ficar cada fabricante fechada em seu jardim.”
Nos últimos anos, os fabricantes de celulares descobriram que o negócio de vender programas pode ser tão bom quanto o de vender aparelhos. Quem soube criar um modelo de negócio vencedor foi a Apple. Atualmente, as vendas de sua App Store representam uma das áreas mais lucrativas da empresa. Prova disso é que a empresa é apenas a terceira colocada no mercado de smartphones, em número de iPhones vendidos, mas é a que tem maior lucro, chegando a 40% do faturamento. Atrás disso, diversos desenvolvedores de sistemas operacionais para celulares, como Nokia, Microsoft, Google e RIM (que faz o BlackBerry), investiram pesado em lojas semelhantes à App Store (leia na tabela) .
Esse atrativo negócio chamou a atenção das operadoras. No mundo, há diversas iniciativas semelhantes. Nos Estados Unidos, a Verizon começou a convocar desenvolvedores de programas para aparelhos dos sistemas BlackBerry, Windows Mobile, Symbian e Android (o sistema do Google).
As operadoras chegaram atrasadas ao negócio. Mas elas têm uma vantagem sobre as lojas dos fabricantes: a relação com os clientes. A TIM e a Verizon oferecerão aos compradores a opção de pagar por seus downloads direto na conta do telefone, em vez de depender do cartão de crédito, padrão nas outras lojas. Isso poderá quebrar uma barreira psicológica que hoje limita a expansão do hábito de pagar por programas para celular. “O usuário tem uma relação de confiança maior com a operadora que com os sites de venda dos fabricantes”, afirma Arvin Chandler, diretor-geral da Qualcomm para a América Latina. Uma evidência disso é que é mais fácil encontrar alguém que pagou por um ringtone do que por um programa para o telefone.
A Apple prefere ficar fora dessa tentativa das operadoras. Quando perguntamos se a entrada das operadoras ameaçaria o domínio da App Store, sua assessoria internacional respondeu: “Contamos com mais de 125 mil profissionais cadastrados em nosso programa global de desenvolvimento”. A Apple mostra seu poder em números. São mais de 85 mil aplicativos baixados mais de 2 bilhões de vezes em todo o mundo, pelos 50 milhões de usuários do iPhone e do iPod Touch. Além disso, a empresa possui uma verdadeira legião de desenvolvedores, que criam as mais diferentes opções de programas.
Por ser um movimento inicial, é difícil prever o que deverá ocorrer com as lojas de programas de cada fabricante. Alguns analisam que a entrada das operadoras não vai brigar com as lojas deles. Ao contrário, ajudaria a popularizar a venda de programas, e isso aumentaria o mercado para todo mundo – e, provavelmente, baixaria os preços. É essa a opinião da Nokia, que estreou em fevereiro a Ovi Store, loja de programinhas para o sistema Symbian. “Quanto mais variedade, mais o consumidor se sentirá atraído a experimentar as facilidades da internet nos celulares”, diz Jô Elias, diretora de marketing da Nokia.
App Store Apple | Windows Marketplace Microsoft | Ovi Store Nokia Lançada em maio deste ano, tem 5.500 programas. Embora a Nokia domine o mercado, com 48% dos celulares e 40% dos smartphones, não conseguiu ocupar um espaço equivalente na venda de programas |
BlackBerry App World RIM | Android Market Google | TIM App Store TIM |
fonte: http://revistaepoca.globo.com
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