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O mercado de aplicativos para celular cresce sem parar

Cada vez mais distantes da web clássica, conteúdos e produtos específicos para o ambiente móvel alimentam um mercado bilionário que deve quintuplicar até 2013

Por Sérgio Tauhata

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Esta matéria é um extra da reportagem “Os segredos de quem ganha milhões com aplicativos”, publicada na edição 260 da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.

Os celulares vão se tornar o principal canal de acesso à internet nos próximos anos. Os números reforçam a percepção. De acordo com a consultoria Gartner, especializada em tecnologia, o faturamento das lojas de programas para smartphones e tablets em todo o mundo deve saltar de US$ 6,2 bilhões em 2010 para US$ 29,5 bilhões em 2013, ou seja, um crescimento de quase cinco vezes. A empresa estima que até 80% dos aplicativos baixados em celulares sejam de jogos.

Dados do instituto mostram ainda que os celulares com acesso à internet somam 19% dos 325 milhões de aparelhos vendidos no planeta no terceiro trimestre deste ano. É um crescimento em ritmo vertiginoso: trata-se de um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2009.

No Brasil, as estatísticas seguem em velocidade parecida. Das 12 milhões de unidades vendidas de maio a julho, 1 milhão foram smartphones. O dado representa um crescimento de 69% em relação ao mesmo período de 2009. De acordo com um levantamento da Anatel, órgão regulador das telecomunicações nacionais, em junho deste ano 10,4 milhões de usuários portavam equipamentos 3G, com acesso à internet.

O aumento dessa base levou os acessos à banda larga móvel no país a ultrapassar as conexões por modems fixos no início deste ano, como indica o estudo do setor realizado pela divisão latino-americana da fornecedora de redes de telecomunicações Huawei. Só em 2009, o acesso à banda larga móvel cresceu no Brasil 227% em relação ao período anterior. “Estamos assistindo a uma substituição nos modelos de negócios”, afirma o presidente da Mobile Marketing Association na América Latina (MMA-Latam), Luiz Santucci Filho.

Nada mau para um mercado que existe, no formato atual, há apenas dois anos. Isso porque esse novo universo digital portátil teve seu big bang com os lançamentos do iPhone 3G e da Apple Store, em 2008. A companhia norte-americana reinventou a comercialização de aplicativos ao tirar o controle das vendas das operadoras de celular. Nesse modelo, o desenvolvedor se vincula ao sistema operacional e não mais à rede de usuários da companhia telefônica.

A loja on-line conta hoje com 225 mil aplicativos e atingiu 5 bilhões de downloads desde sua criação até junho de 2010. O lançamento do iPad, em janeiro, deu ainda mais força à Apple Store. Em um semestre, o tablet coleciona 10 mil jogos, utilitários e ferramentas feitas sob medida para seu formato.

Apenas alguns meses após a estreia da loja da Apple, o Google lançou seu contra-ataque. Preferiu focar a estratégia no software e disponibilizou o Android, um sistema operacional de código aberto, que pode ser usado livremente por qualquer fabricante de aparelhos. Em pouco tempo, marcas tradicionais, como Motorola, LG, Sony Ericsson, Samsung e HTC passaram a usar a plataforma. Na atualidade, existem dezenas de modelos baseados na interface. Para acirrar ainda mais a briga com o iPhone, o Google criou sua própria loja de aplicativos, o Android Market, que já reúne mais de 100 mil programas.

Apesar do embate entre iPhone e Android no mercado de aplicativos para consumidores finais, quem domina o front corporativo é o BlackBerry, da canadense Research in Motion (RIM). A vocação para negócios vem desde o tempo em que a marca era sinônimo de e-mail móvel no início dos anos 2000. Hoje com a evolução da plataforma os usuários têm acesso a um universo de softwares que vão de business inteligence a CRM, sistemas de gestão de relacionamento com os clientes, em tempo real.

Para não ficar de fora da emergente economia portátil, outros gigantes do setor preparam suas armas para a batalha. A Microsoft deve anunciar no final de 2010 seu Windows Phone 7, com o qual pretende recuperar o território perdido para a Apple e o Google. A Nokia continua a desenvolver o sistema Symbian, mas prepara, em parceria com a Intel, o lançamento de uma nova plataforma de código aberto, o Meego. Sejam quais forem as plataformas vencedoras na briga pela preferência dos consumidores, a única certeza é a de que os negócios vão ter de caber dentro do bolso.

fonte: revistapegn

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