Foco do mercado mudou de hardware para software e o sistema Android, do Google, conquistou a preferência
O iPhone trouxe um universo exclusivo da Apple, cujo núcleo desse é a App Store, que agora oferece cerca de 300 mil programas miniaturizados conhecidos como apps. Com apenas alguns cliques, os usuários podem baixar software que transforma o iPhone em algo diferente: um navegador, um conversor de corrente, um console de jogos – o que for.
Os apps proliferaram até se tornar um negócio gigantesco. Milhares de desenvolvedores independentes estão constantemente expandindo a linha de produtos na App Store – e a Apple está ganhando um bom dinheiro com esses produtos. De mais a mais, esses mesmos desenvolvedores acrescentaram um elemento de diversão e facilidade de uso ao mundo dos celulares. E com o iPhone, a internet móvel finalmente capturou o mercado de massa.
Pesadelo. Ao mesmo tempo, o gigante de buscas na internet Google também se fortaleceu no mercado desenvolvendo seu próprio sistema operacional para celulares, Android, para rivalizar com o produto perfeitamente integrado da Apple. Apesar do fiasco com o telefone Nexus, o sistema Android de código aberto da empresa foi um sucesso.
Desde então, o Android se tornou um favorito dos desenvolvedores de software – e um pesadelo para a Nokia. Os fabricantes de celulares que vinham usando o sistema operacional Symbian da Nokia, como Sony Ericsson e Samsung, agora estão pré-carregando o sistema mais elegante do Google em seus aparelhos. Já no terceiro trimestre de 2010, mais de um quarto de todos os smartphones rodavam a plataforma Android, ante apenas 3,5% no ano anterior. No mesmo período, a participação da Nokia no mercado de smartphones despencou 8%, para 36,6%, onde estacionou.
Assim, embora pareça absurdo, a maior ameaça à líder de mercado global em celulares agora vem de uma companhia que nem sequer fabrica celulares – ou, ao menos, não até agora.
Novo foco. O sucesso do Google reflete uma mudança fundamental no negócio de smartphones: a mudança de foco do hardware para o software. Executivos da Nokia reconheceram antecipadamente que isso ocorreria. Ainda nos anos 1990, Ollila previu que ser capaz de usar celulares para fazer chamadas em breve seria mais um recurso extra. Ele estava convencido de que o futuro estava na capacidade de acesso à internet – com todos seus serviços e aplicações – em movimento. E também reconheceu que a Nokia teria de se transformar parcialmente numa empresa de software.
As tentativas iniciais nesse sentido foram muito promissoras. Em 1996, a Nokia deu um grande passo com a introdução de seu Communicator 9000, com navegar e e-mail, que nunca se tornou um sucesso de venda.
A Nokia costumava desenvolver cerca de dois modelos por ano. Isso mudou em 2000. Ollila quis atender a forte expansão do mercado, que pedia entre 40 e 50 novos modelos por ano. E essa é a estratégia que a companhia continua seguindo.
fonte: estadão
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