Quando o assunto é processador de smartphones e tablets; acredite, existe muita gente que pensa que o dobro de núcleos, é o dobro da potência e logo, gráficos muito melhores nos jogos.
Então, saiu alguns benchmarks do iPhone 5S no AnandTech e, vejam só, o aparelho da Apple que possui apenas processador com dois núcleos, bateu vários concorrentes com Android com quatro e oito núcleos. Tanto no teste de GPU e CPU, o iPhone 5S se mostrou um páreo duro para os concorrentes.
Alguém gostaria de explicar a façanha que não vai ser lida em alguns sites da “Androidosfera” brasileira? Como um aparelho que tem menos RAM e processador que os tops com Android pode ter resultados tão bons? Não! Errou quem pensou que era apenas por causa dos 64bits.
64 Bits importam, mas não foram o único motivo
Para iniciar a conversa, o processador do iPhone 5S é uma nova arquitetura, um ARMv8, ou seja, a arquitetura está um passo a frente de tudo que está no mercado até agora. Claro que ser de 64 bits ajuda, mas o fato de ser um projeto novo, mostra como ainda temos que avançar na área, antes de ir para a guerra dos núcleos e clocks, como no PC.
As vantagens desse novo tipo de arquitetura são inúmeras, desde maior segurança, até gargalos de registradores que foram sanados. Aquele ideia de que só faria sentido com mais de 4GB de RAM, espalhada por portais de notícia, não se aplica! A arquitetura é totalmente diferente do PC, não estamos falando de x86 e sim de ARM, não é uma marca, é uma arquitetura de processadores. Veja a reação da própria Samsung que já adiantou que o Galaxy S5 terá processador de 64 bits.
A Apple também usou outro truque na manga para o iPhone 5S, a velocidade da memória RAM. A tática foi a mesma usada pela Sony nos videogames, adotando um padrão mais rápido que os concorrentes. Enquanto muitos ainda usam o padrão LDDR2 (Low DDR) o iPhone 5 usa LDDR3. DDR2 e 3 parece coisa velha no PC, mas nos smartphones elas trabalham em voltagens baixíssimas. Lembre-se, tudo está ligado a bateria, onde o consumo sempre precisa ser priorizado.
Esses fatores, aliados a nova GPU PowerVR G6430, conseguem fazer com que o iPhone 5S gere gráficos mais rápidos até mesmo em offscreen em 1080p, ou seja, sem a desculpinha de resolução menor.
Pelo gráfico, é possível ver que o iPhone 5S é de fato quase duas vezes mais rápido que o iPhone 5. Esse teste é importante, pois é um dos mais amplos do ponto de vista de velocidade geral da GPU.
O outro teste abaixo, que mede a quantidade de triângulos por segundos, também é um dos mais abrangentes, mas conforme foi explicado no review do AnandTech, a arquitetura da GPU replica o teste em cada núcleo da mesma, em vez de trabalharem em conjunto, isso provavelmente não vai acontecer em jogos, pois a SDK pode corrigir isso sem precisar sequer da intervenção do programador.
O resultado acima, deixa o teste um pouco contraditório e realmente isso pode ser percebido no review do AnandTech, com os benchs de GPU variando, em uns o iPhone 5S vai muito bem, em outros não. Em testes gerais de renderização de engines como no T-REX HD offscreen, a GPU do iPhone 5S manda bem, perdendo por pouco para um protótipo com Snapdragon 800.
Lição do dia: Nem sempre mais RAM e mais núcleos no processador, significam gráficos melhores nos jogos
Já notou como os iPhone e iPod Touch são duros na queda quando o assunto são games. Veja por exemplo o Real Racing 3 e Infinity Blade 3? Ambos rodam até no iPod Touch de 4ª geração, um aparelho com 256MB de RAM e processador single-core de 750MHZ.
Tanto o ecossistema da Apple, onde os desenvolvedores são melhor remunerados como no empenho (louvável) da Apple em extrair o máximo do hardware, demonstram como o iOS é bom para jogos.
Só lembrando que este não é nenhum artigo sobre qual é o melhor para você, estou comentando o aspecto de CPUS e GPUS atuais e de como os desenvolvedores conseguem extrair mais “bits” no igadgets.