Depois de quase cinco anos, finalmente a Gameloft lança o terceiro jogo de Brothers in Arms para iOS e Android, e pela primeira vez, para Windows Phone. Brothers in Arms 3: Sons of War (BIA 3) apresenta profundas mudanças tanto na jogabilidade como modelo de vendas. BIA 3 é um jogo Freemium. Algo a se comemorar? Confere o review aí para saber.
– Brothers of Mobile
Brothers in Arms é uma série com forte presença no mundo dos celulares. Bem antes do primeiro Modern Combat surgir, a Gameloft já trazia os jogos da série para os celulares Java como: Brothers in Arms: Earned in Blood e Brothers In Arms: Art of war.
A série também marcou presente na N-Gage 2.0 (Nokia Symbian) e no começo da App Store (iOS) com Brothers In Arms: Hour of Heroes e Brothers In Arms 2: Global Front. Apenas Global Front chegou ao Android, o que fez muita gente sentir falta do primeiro jogo.
E é justamente na primeira instalação da série nos smartphones que BIA 3 se apoia. O jogo segue o mesmo padrão de tiro em terceira pessoa, seguindo o esquema de entrincheirar-se e atirar, passando por caminhos pré-estabelecidos, mas dando liberdade ao jogador para escolher suas próprias “soluções” de cada fase.
– Controles delícia
Logo de cara, é impossível não gostar dos controles de Brothers in Arms 3: Sons of War. Simples, precisos e com boas assistências, o game deixa a tarefa de mirar e atirar muito simples. O recuo da arma, geralmente para cima, facilita bastante na hora de acertar ‘headshots’ nos inimigos.
Essencial para um jogo que investe na repetição de fases, os comandos de BIA 3 são excepcionais, bem calibrados e com respostas excelentes. O bom conjunto derrapa apenas no botão de recarregar que ficou muito pequeno. Em momentos de muita ação, tive que adotar a estratégia de tocar várias vezes para ter certeza de que conseguiria recarregar a arma imediatamente.
Uma das novidades de BIA 3 é o uso de segundo soldado, que o jogador agora pode comandar através de um botão. São vários soldados e cada um é especialista em alguma coisa. Há peritos em bombas, atiradores de elite e por aí vai. O curioso é que quando algum deles morre, o jogador não pode mais utilizá-lo. Outra novidade acontece durante o tiroteio, é possível acertar um tiro especial onde a câmera “vai junto” com a bela, criando uma cena de grande impacto.
Brothers in Arms 3 trouxe um sistema de fases que em muito se parece com o de Modern Combat 5. Fases curtas e repetitivas que incentivam o jogador a “rejogar” cada uma delas para conseguir completar todas as missões. Com isso, o jogador consegue evoluir não apenas o seu soldado, mas também evolui as armas. É justamente aqui onde a coisa começa a “pegar”.
– Um ótimo jogo, com um péssimo modelo de monetização
Como é sabido por muitos, em jogos freemium, as produtoras costumam adicionar um elemento para o jogador ter que “esperar”. Esse elemento costuma vir apenas em um sistema de “energia” para você esperar seu personagem recarregar sua energia. Não quer esperar? pague! É assim que muitos jogos freemium funcionam.
Mas em BIA 3 temos inúmeros elementos de espera. O principal sistema de espera não é a energia do seu personagem, mas sim as melhorias de armas necessárias para iniciar cada missão.
No começo, tudo funciona às mil maravilhas, mas depois do terceiro capítulo, o jogo coloca um “freio” em sua própria jogabilidade, obrigando o jogador a escolher: pagar para ter acesso rápido as melhorias ou ter que revisitar as fases inicias várias vezes. Essa última alternativa é comprometida pelos menus confusos.
BIA 3 ainda inclui missões secundárias e eventos. Algumas dessas missões consomem pouca energia, enquanto os eventos consomem muita, obrigando o jogador a novamente parar de jogar. Contudo, o que mais decepciona no jogo são os consumíveis.
Não há como ganhar moedas douradas no jogo, a não ser pagando, e este é o único modo de usar os consumíveis. Isso torna algumas missões impossíveis de proposito, com um ar de “pague para passar”. Isso é algo que os jogadores facilmente percebem e desaprovam.
Preste atenção. A dificuldade do jogo a partir do capítulo três é elevada, e bem-vinda. O fato de não oferecer checkpoints e medkits (a não ser que você pague) é algo positivo, pois estimula o jogador a melhorar suas habilidades. Porém, em algumas missões, onde você deve explodir tanques, por exemplo, os lança-mísseis são escassos ou até inexistentes de propósito. Obrigando o jogador a tocar no botão e dar de cara com a singela tela abaixo.
Definitivamente é algo que a Gameloft precisa rever urgente. O jogo até oferece algumas opções de compra mais em conta para o jogador, porém, está bem distante dos jogos de outras empresas que mesmo que pouco, possibilitam que os jogadores ganhem as moedas mais caras do jogo de graça, EX: Clash of Clans, Hearthstone, dentre outros.
– “Você nem falou dos gráficos, tio”
Bom, vamos falar dos gráficos e ambientação do jogo, elementos que brilham em BIA 3. O jogo apresenta um bom visual, até mesmo em celulares medianos como o Moto G, é possível ver shaders realistas e efeitos de “blur” durante aquela cena de tiro onde a câmera acompanha a bala. As modelagem e texturas também estão ótimas, apesar de não serem tão bonitas como as apresentadas durante a E3 de 2013.
A ambientação do jogo é bem legal. Apesar da primeira parte se passar na Normandia, o jogo foge do velho esquema de representar os desembarques das tropas aliadas no Dia D. Ao invés disso, O protagonista do jogo está está infiltrado em território nazista, onde boa parte da Segunda Guerra se desenrolou na forma de guerrilhas dentro das cidades.
Os cenários são muito bonitos. Durante o tiroteio que se passa em uma catedral, consegue-se ver várias pinturas fielmente representadas. O jogo não exibe os símbolos do terceiro Reich, ao invés disso, temos representações figurativas como uma Cruz de Ferro.
Não nem tudo é representa a realidade nessa guerra. BIA 3 incluiu algumas armas “irreais”, colocadas de propósito para melhor a diversão. Segundo o próprio jogo, elas são fruto de experiências secretas dos nazistas.
– Conclusão
Brothers in Arms 3: Sons of War tem ótimos gráficos, jogabilidade excelente, mas modelo de monetização desastroso. Até mesmo a Gameloft já percebeu isso e talvez o game mude bastante com as atualizações futuras. Até lá, só nos resta fazer algo que fazemos em qualquer jogo freemium, esperar.
Prós
- Visual incrível
- Todo em português
- Dificuldade na medida
- Possibilidade de jogar Offline
Contras
- Sistema de compras desistimulante
- Muita espera
Nota 6/10
Ficha Técnica
Plafaformas: Android 4.0+, iOS 6+ e Windows Phone 8+
Tamanho: 535 MB
Idioma: Português