Se o iPhone SE fosse um drible, com certeza seria aquela “caneta” por debaixo das pernas dos adversários. Não, o iPhone SE não é para qualquer um, mas a Apple prova mais uma vez o seu faro para negócios. A empresa de Cupertino tem olho fixo no mercado e não perde tempo vendo que Google e Microsoft andam fazendo.
O iPhone SE tem endereço certo, o público chinês. Durante a apresentação do novo (velho) iPhone, a fabricante apresentou números interessantes. 60% dos iPhones vendidos na China são iPhones com tela de 4 polegadas, ou seja, iPhone 5S. Além disso, há um grande comércio por lá de aparelhos remanufaturados como iPhone 5 e 5C.
Buscando proporcionar a melhor experiência para os seus usuários, a Apple criou o iPhone SE para ser o melhor smartphone com tela de 4 polegadas disponível na China. Seu hardware é (quase) idêntico ao do iPhone 6S, que possui tela de 4,7 polegadas.
Características:
Processador: Apple A9 Dual-core 1.84 GHz
GPU: PowerVR GT7600 (six-core)
Memória RAM: 2 GB RAM
Tela: 640 x 1136 pixels (~326 ppi a mesma densidade do iPhone 6S)
Versões: 16 GB / 32 GB / 64 GB
Câmera traseira: 12 MP, f/2.2, 29mm, phase detection autofocus, dual-LED (dual tone) flash
Câmera frontal: 1.2 MP, f/2.4, 31mm, 720p@30fps, face detection, HDR, FaceTime over Wi-Fi or Cellular
O iPhone SE não é um iPhone 5S com hardware melhor. Ele vai além, com chip M9, aquele lá das firulas sobre atividades físicas e saúde. Por ser pequeno, ele virá um ótimo companheiro para corridas e atividades físicas. Para quem gosta de games, a resolução menor possibilita que o iPhone SE rode jogos pesados com muita facilidade. Mas um recurso ausente no dispositivo é o 3D Touch.
“Mimimi… Celular de 4 polegadas é tão 2013”
Não se sabe se o motivo do iPhone 5S vender bem na China seja por ele ser pequeno, barato, ou ambos. Mas a decisão da Apple reflete sua expertise em analisar os nichos de mercado e explorá-los. Sem se preocupar o que a concorrência ou quem não usa seus dispositivos vá pensar.
Para não ficar defasado a Apple economizou na produção e entrega o novo iPhone SE pelo mesmo preço do iPhone 5S defasado. Onde está o erro? No custo Brasil. Ou seja, “se está vendendo, meu amigo, fabrica mais para vender mais”. Para a Apple é muito fácil atualizar o iPhone 5S e e chamá-lo de iPhone SE e foi justamente o que aconteceu.
“Mimimi… vai ser caro no Brasil, vou ficar com meu Android”
Vale abrir um grande parêntese aqui para ressaltar que nem Tim Cook, e nenhum dos membros da Apple durante a apresentação do iPhone SE, usou o termos como “barato”, “low-end”, “desconto” ou “preço agressivo”. O iPhone SE não foi feito e nem pensado para ser o smartphone mais barato em sua categoria. Pelo contrário, o termo usado pelo Apple foi “o mais potente”.
E é justamente aqui que a Apple aplica um nó no mercado. Se você pesquisar bem, verá que é verdade. Não há, no mercado nacional ou internacional, nenhum smartphone com tela de 4 polegadas com 2GB de RAM e a possibilidade de rodar games pesados com os mesmos gráficos de celulares top de linha.
É claro que o iPhone SE vai ser mais caro que o iPhone 5S, estamos falando da terra Brasilis (Custo Brasil, veja lá na Wikipédia). A atualização do iPhone 5S foi pensada apenas para os mercados onde a Apple vende muito e bem, ou seja, não contempla o Brasil.
Mas para falar a verdade o iPhone 5S, mesmo usado, não é uma má compra para quem vai usar apenas redes sociais e jogos casuais (mas ele suporta jogos pesados) e com o lançamento do iPhone SE, garante-se uma sobrevida ao antigo 5S no que diz respeito a peças e acessórios.
A grande lição aprendida aqui é que a Apple sabe explorar o seus mercados como poucas empresas. Enquanto fabricantes como Sony, Samsung e LG veem o mercado estagnado ou com números negativos, a Apple lucra e lucra alto.