O Nintendo Switch chegou nas lojas do mundo todo. O novo dispositivo meio portátil, meio console é equipado com um chip derivado do Nvidia X1 (O mesmo do console Nvidia Shield). Repleto de tecnologia mobile, o novo portátil da Nintendo diz muito sobre o futuro dos smartphones e tablets.
Não há como negar que o Nintendo Switch foi – e é um tablet gamer – convertido para um console portátil. O aparelho possui o chip que seria usado justamente no próximo tablet gamer da Nvidia, tem tela touchscreen e tudo mais. Dá até para acessar o Facebook e Twitter, mas com certa dificuldade (no lançamento).
Sem os controles, o Switch parece um tablet e ele possui até tela touchscreen capacitiva. Mas, até o momento, ela serve apenas para navegar pela interface do sistema.
O Nintendo Switch é pequeno. O device possui tela de apenas 6.2 polegadas. O canal Austin Evans, postou um vídeo onde ele faz um comparativo entre o tamanho do Switch e de um iPhone 7 Plus. Os aparelhos possuem quase o mesmo tamanho. De fato, o Switch sem em controles Joy-cons cabe no bolso.
Vídeo com legendas em português (use a engrenagem para ativar as legendas)
A grande sacada da Nintendo foi não “estuprar” o desempenho em favor de telas com altíssimas resoluções. Um bom exemplo são os smartphones com tela de 5 polegadas e resolução 2K. Algo bom para ver fotos, mas péssimo para o desempenho em games.
Segundo o Digital Foundry, o Nintendo Switch utiliza resolução de 720p no modo portátil. Na dock, e com suprimento de energia ilimitado, algo curioso acontece. O console não utiliza resolução 1080p full, como a anunciado pela Nintendo. Nos menus, o Switch utiliza resolução 720p e em jogos elaborados como The Legend of Zelda: Breath of the Wild, rodam a 900p.
Pensar no lançamento do Nintendo Switch entre 2010 e 2013, seria como imaginar a Nintendo entrando em um mercado perdido. Os tablets estava a todo vapor e segundo analistas, os novos queridinhos iriam devorar o mercado de notebooks em poucos anos.
Não foi o que aconteceu. O foco em entretenimento, mas com jogos idênticos aos smartphones, teve um efeito negativo para os tablets. As vendas desse tipo de dispositivo despencaram ao longo dos anos, e os aparelhos caíram em desuso. As pessoas preferiram comprar smartphones novos e com telas maiores (phablets) do que comprar dois aparelhos.
Ter um tablet virou algo inútil para a maioria das pessoas. Pois, os mesmos jogos e aplicativos rodavam nos seus celulares. Além disso, o surgimento dos aparelhos com tela grande, maiores de 5 polegadas, culminou para o derretimento do interesse das pessoas por esse tipo de dispositivo.
Desde 2014, o mercado de tablets entrou em queda livre. Assim, o Switch aparece como uma solução que “ninguém tinha imaginado antes”. Será mesmo?
Nada de polêmica. Ninguém copiou ninguém. Um tablet gamer com controles destacáveis é uma ideia que já estava no ar desde 2013. O grande problema enfrentado pelo Razer Edge Pro e Aikun Morphus 300 é o mesmo que não permite que os consoles portáteis com Android ficassem populares: os jogos.
Sem uma biblioteca consistente, focada em games premium (pagos), e com apoio de grandes produtoras, e grandes varejistas, não há como um portátil com Android fazer sucesso. A única fabricante a pensar fora da caixa foi a Nvidia com o seu Nvidia Shield. Justamente a empresa a quem a Nintendo recorreu para fornecer o cérebro do Switch.
O mesmo pode ser tido da Apple com o seus iPads. A gigante de Cupertino preferiu investir no mercado corporativo com o iPad Pro. Mas um iPad de 8 polegadas, vendido com um controle, uma dock, e um novo app de “Game Center”, seria muito bem-vindo.
A Nintendo não é iniciante no mercado de portáteis. Afinal, foi ela mesma que revolucionou o mercado, não uma, mas várias vezes. O lançamento do Nintendo Switch é no tempo certíssimo. Para você ter uma ideia, o Switch surge não apenas na entressafra de consoles da Nintendo, mas também na lacuna entre os lançamentos de PS4 e Xbox One.
O Nintendo Switch pode ditar as tendências do futuro dos smartphones. Pois o videogame da Nintendo vai abrir um novo leque de opções para usos dos nossos amados dispositivos móveis. Curiosamente, nenhuma das ideias apresentadas pelo Switch será realmente “nova”.
A ideia de que os smartphones iriam substituir PCs e videogames não é nova, e muito menos, absurda. Em 2011 a Motorola lançou um Motorola DROID BIONIC Lapdock que era basicamente uma carcaça de notebook que transformava o seu Motorola Droid em um ultrabook.
Mas já imaginou se a Apple cria algo parecido com o Nintendo Switch para o iPhone? Um celular que você pluga em um dock e utiliza um controle para jogar seus games favoritos na TV.
Não é um absurdo, haja vista o poder de processamento dos smartphones top de linha atuais. Aparelhos como iPhone 7 Plus, Samsung Galaxy S7 Edge de 128 GB e OnePlus 3T, possuem poder de processamento equiparável a um bom computador.
A ideia de um smartphone/tablet gamer está no ar há anos. Mas infelizmente, o mercado de jogos mobile caminhou para outra direção.
Com o foco em fragmentar a jogabilidade ao máximo possível, a produtoras estão, na realidade, implodindo o mercado de jogos mobile. Tornando a jogabilidade tão desinteressante, que os jogadores dificilmente se apegam a um game mobile por mais de duas semanas. A coisa chegou a tal ponto, que jogos mobile viraram termo pejorativo em rodas de gamers de consoles e PC.
Esperamos sinceramente, o que o mercado mobile siga o exemplo do Nintendo Switch para oferecer uma experiência mais gamer. A Apple já começou errado, encerrando o Game Center, e a Google já informou que vai reformular o Play Games. O mercado de games mobile pode sofrer de um curioso caso de efeito bolha. O mesmo efeito que culminou com a deterioração do mercado de videogame sem 1983.
No nosso próximo artigo vamos tratar justamente dessa queda dos jogos mobile, motivada principalmente pelo desinteresse dos jogadores, que já estão mais que cansados de game com mecânicas repetitivas e foco em monetização.
E você o que achou? Será que a Nintendo vai recuperar o terreno perdido para os smartphones? Deixe um comentário.
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Tem uma informação equivocada ai, não existem esses rumores de upscaling, a propria Nintendo já confirmou, inclusive se encontra na ficha técnica que a resolução do Nintendo Switch é 720p e 1080p nativos e ponto (1080i também pelo que parece), não comecem a inventar informações por favor.
Opa, Obrigado pelo comentário.
Realmente havia um erro naquele parágrafo. Mas também não é exatamente o que a Nintendo disse que vale como regra geral. Pois uma coisa é o que ela diz, outra é a que realmente acontece.
Segundo testes rígidos do Digital Foundry, existe uns ajustes feitos tanto nos menus, como em jogos complexos. No lançamento, por exemplo, o The Legend of Zelda: Breath of the Wild, roda a 900p e com várias quedas de frames entre 20 a 30 fps.
mas isso é normal em qualquer console hoje (infelizmente), e zelda não é exemplo, já que é um port do Wii U. A resolução nativa do Switch é 720p e 1080, mas as devs podem usar resoluções menores se quiserem, isso existe em todo console, nas proprias configurações você pode diminuir, mas isso não tira a caracteristica original dele, exemplos de jogos que estão em 1080 no Switch são até agora que sabemos, Mario Kart 8 Deluxe, que no Wii U rodava a 720p com upscalling, mas no Switch é 1080 nativos, e Super Bomberman R.
Parabéns, ótimo texto!
Já comentei antes que a Nintendo demorou muito para entrar no mercado mobile. Mas acredito que tem tudo para acertar com o switch. O fato de ser híbrido, ter a pegada de diversão do Wii, e ter interesse de grandes estúdios e jogos, torna o switch uma grata surpresa. Se tiver uma loja online decente e facilidade de acesso a retrogames, aí detona de vez. Espero imensamente que a Nintendo não cometa deslizes nesse quesito. Excelente post, parabéns.
Oque tá salvando o mobile são as produtoras pequenas. Jogos feito até mesmo por uma só pessoa deixa no chinelo os " lançamentos" repetivos das produtoras grande
Com certeza. Tem muita produtora pequena focada nos jogos premium.
Excelente texto. Se os jogos para mobile fossem pagos, e com qualidade comparável a um jogo do Switch, por exemplo, eu pagaria. Detesto os jogos freemium, na verdade eles me passam a sensação de "se divirta, depois se quiser continuar pague". O problema é que eles estão sempre conduzindo o jogador a comprar e comprar, de pouco em pouco você poderia muito bem ter comprado um jogo inteiro, para brincar sem se preocupar.
Eu me recuso a jogar os games f2p... Acho que o único que joguei e não me fez se sentir sacaneado, foi o Mágico Rampage ( muito bom, por sinal).
Mas o restante. .. Tudo empurra coisas pra comprar e caso não compre fica muito difícil avançar nesses jogos, sem contar as propagandas tmb... f2P é uma coisa zoada demais.
Esse ótimo texto me fez lembrar dos áureos tempo de jogos mobiles Java que não tinha os gráficos de hoje (por razões óbvias) mais tinha ótimas histórias e não precisava gastar fortunas pra se zerar um jogo.
Um excelente artigo e fiquei ainda mais interessado no assunto a ser abordado no futuro. Bem, sou um inexperiente no universo de games mobiles, em verdade sempre olhei com um certo desdém ( minha plataforma principal de games é o pc), mas devo dizer que venho reconsiderando bastante este universo, sobretudo depois de ter adquirido o shield tv, passei a ter contato com um punhado de games, que ao serem jogados na televisão e no gamepad, sinto-me como uma experiência de games de console mesmo (guardadas as devidas proporções, claro). São geralmente games pagos, com início, meio, fim. E que conseguem expressar uma identidade toda própria, estou jogando nas últimas semanas, por exemplo, o wayward souls e fico impressionado como esse jogo me cativou, a ponto de competir por minha preferência com diversos outros games que tenho pro meu PC.
Vejo com muito interesse este nicho de games mobiles de qualidade, porque além de ampliar as possibilidades de boa jogatina, vem servindo tambem de ponte para bons games adentrarem em outras plataformas, a exemplo de oceanhorn, horizon chease, prometido pro ps4, mágico rampage pra steam e por aí vai...
A parte triste disso tudo. É que esses tipos de games hoje são um nicho muito específico. Encontrar esses bons jogos em um mar de porcarias f2p, casuais sem graça e etc. É quase como achar um vinil interessante naqueles sebos de discos de 1 real... Tem que garimpar muito... Minha torcida é que este nicho consiga manter um público fiel, umas base de usuários que possa continuar a motivar essas produções de games mobiles de qualidade.
Atualmente, os únicos Tablets, de fato, que me interessam são os da Linha Surface da Microsoft, e semelhantes de outras fabricantes que também rodam Windows. Eles não rodam um AAA atual (salvo algumas exceções, como Resident Evil 7 que roda até bem em um Surface Pro), mas são capazes de rodar uma boa porcentagem dos jogos da Steam.
Tendo em vista o potencial desses Tablets Windows, até achei estranho a matéria não menciona-los. Mesmo eles sendo dispositivos 2 em 1 (Tablet que vira notebook) não vejo motivos para desconsiderá-los como aparelhos mobile, já que o Ipad Pro da Apple segue o mesmo conceito.
Os jogos mobile precisam evoluir urgentemente, cara tem jogo de 2013 que só muda o número da versão. Pra que pagar num smarthphone caro top de linha se o jogo roda num smarthphone de entrada e intermediário? Tem uma quedinha de desempenho mas roda.
GPUs, chipsets, memorias RAM, infinitos Cores pra que? Rodar Subway surfers?
Eu penso que enquanto o fator bateria não for resolvido vai ser difícil melhorar os gráficos dos smartphones. E outro fator que pesa é a pirataria, pois todos sabem que PC quase morreu para a parte de jogos aí veio as lojas de game nas nuvens como a Steam e deu um novo fôlego. Enquanto não se achar uma forma de combater vamos sempre ter esses jogos mais do mesmo e tudo online e pouquíssimos que são premiuns (paga uma vez só) e se diverte como jogo de console de mesa