A recente nota da Anatel que diz que é proibido importar celulares via correios, continua causando polêmicas. Dessa vez, o site CelularesCN nos lembrou um vídeo de 2017, em que Marcel Campos, diretor global de marketing da ASUS, disse que: “Quando isso (celulares importados) começar a crescer, vai despertar a atenção do governo, e a nossa atenção”.
Vídeo na íntegra, assista!
– Lobby de empresas “nacionais” contra celulares importados?
Um diretor global de uma marca instalada no Brasil comentou em entrevista que, caso a importação de celulares começasse a crescer, eles e o governo ficaram de olho.
Além do que foi dito no vídeo, recentemente, em novembro, a Xiaomi apareceu em uma pesquisa de mercado de smartphones no Brasil, com 1,16% de participação.
Já podemos começar a ligar os pontos?
Na época, recomeçou aquela euforia de que a Xiaomi iria voltar para o Brasil. Mas o rumor tinha uma base bem negativa, a possibilidade de que o consumidor não pudesse mais importar smartphones.
Claro que não dá para confirmar que exista lobby de empresas fabricantes de smartphones instaladas no Brasil. Mas já dá para deduzir que existe um desconforto com a situação de ambos: empresas e governo.
– O lado de quem importa
Quem importa sabe que desde o começo do ano, as dificuldades e notícias negativas sobre importação só cresce. Isso se deve ao potencial viral de adesão dos celulares chineses.
Devido a qualidade de construção, é muito mais fácil, um usuário cuidadoso, ficar com o smartphone chinês durante dois ou trÇes anos, até a troca pelo próximo smartphone.
Dessa forma, acaba gerando um problema real para as fabricantes brasileiras. Pois elas gastam muito para manter serviços de pós-venda e assistência técnica. Marcas não instaladas no Brasil, não gastam nada com isso. Além de nem precisar fazer marketing, o preço e a qualidade já fazem isso.
Apesar do cliente não ter nada a ver com isso, o crescimento de celulares importados começa a incomodar muito gente.
– É proibido importar smartphones no Brasil?
Não é! Pelo menos, não ainda.Mas nada impede que venham novas “sanções”, vamos fizer assim, por parte da Anatel.
O que existe é um desconforto geral de governo e fabricantes que não estão contentes com o verdadeiro tsunami de celulares importados. E o Marcel Campos já havia “cantado a pedra” de importação via Paraguai ainda em 2017. Algo que só explodiu no meio do ano de 2018.
Apesar de eu achar muito difícil que a o governo proíba a importação de smartphones para deixar contentes algumas empresas no Brasil, a nota publicada pela Anatel,e o seu passado, condena.
O que pode acontecer a curto prazo é a criação de mais uma taxa para tentar deixar os celulares chineses com preços parecidos, ou mais caros, que os dos “brasileiros”.
Mas relembrando a questão do Paraguai, não sei como a Anatel vai lidar com essa questão nos próximos meses. Haja vista que os celulares são importados sem homologação e chegam ao consumidor, muitas vezes, mais baratos do que em lojas online chinesas.
Esse mercado “cinza”, que apesar de não ser ilegal, contorna alguns problemas que marcas “Brasileiras” têm, gera incomodo há anos em indústrias como videogame e gadgets em geral.
– Resposta do Marcel Campos
Marcel Campos rebateu a matéria do CelularesCN com um áudio. Ouça!
Apesar da declaração polêmica, o diretor da ASUS é realista. O chamado “Risco Brasil”, uma série de tributos e dificuldades que oneram empresas, fazem tudo que é feito no Brasil custar mais caro do que é produzido fora.
Mas o “Risco Brasil” não se limita só a impostos e etc. Empresas internacionais já possuem uma concepção de embutir no preço, para o nosso país, qualquer tipo de perda ou problema que venham a ter com operações no Brasil. É uma tática de quase exploração em que o “brasileiro pode pagar, então paga”. Não é o caso da ASUS, mas é o de muitas outras empresas, como a Apple.
Fontes: CelularesCN, Tecmundo