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Stadia: o que é preciso fazer para o serviço dar certo no Brasil

A Google anunciou ontem (19) o Stadia, o seu serviço de streaming de jogos. Não é necessariamente uma tecnologia nova, muitas empresas já tentaram engatar serviços parecidos, mas apenas a Sony obteve sucesso recentemente.

Então, o que Google precisa fazer para o serviço funcione de forma atrativa no Brasil e no mundo.

– Stadia é anunciado e choca um total de zero gamers

Para quem não sabe, já existiram muitos serviços de streaming de jogos. Onlive, Gaikai, PS Now e Gloudgames, a lista é longa. O que a Google anunciou essa semana foi completamente extraordinário para os “não gamers”, mas praticamente chove no molhado para quem já escuta há anos essa história de “jogos pela nuvem”.

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Jogos de PC nos celulares não são exatamente uma novidade. Gloudgames surgiu em 2017.

A PS Now é o exemplo mais expoente. A plataforma oferece um total de 650 jogos via streaming com uma qualidade visual e de latência impressionante.

Mas parece que dessa vez a coisa vai. Com uma gigante como a Google com servidores espalhados mundo à fora, pode ser que esse tipo de serviço finalmente obtenha o sucesso que merece.

Mas o que a Stadia precisa fazer para ser sucesso no Brasil? Vamos debater sobre o assunto.

1. Precisa ser um serviço mais realista

A Google prometeu mundos e fundos, mas literalmente não demonstrou mais que 5 jogos. Não foi informado preço.

Sobre a qualidade de conexão, serão exigido pelo menos 25 Mbps para oferecer 108p@60fps. (fonte aqui). Para obter 4K@30fps, o usuário irá precisar de pelo menos 30 Mbps. Vale lembrar que esses não são os requisitos mínimos para usar o Stadia.

A Google deixou em aberto que o Stadia vai funcionar literalmente em qualquer lugar. Isso, é claro, exige uma infraestrutura gigante. Esse sempre foi o grande problema desse tipo de serviço.

Para um serviço de streaming de baixa latência, é essencial que existam servidores com localização próxima, ou pelo menos, no mesmo país da pessoa que está tentando acessar o serviço.

Então é preciso que a Google coloque o pé no chão, deixe os requisitos os mais baixos possíveis para ser um serviço atrativo para quem não possui console ou PC Gamer.

2. Latência precisa ficar abaixo dos 100ms

O input lag precisa ser tão bom quanto o da PS Now, que nos países onde funciona fica em torno de 100 MS.

A grande questão em torno dos serviços de jogos pela nuvem não é a velocidade da conexão em si, mas a baixa latência.

De nada adianta o usuário ter uma conexão excelente com ping abaixo de 10ms e os servidores da Google estarem localizados a milhares de quilômetros de distância.

3. Não deve exigir mais que uma conexão de 10 MB

Vamos esquecer jogos em 4K@60fps e pensar um pouco. A Google precisa oferecer pelo menos jogos em 1080p@30fps para pessoas com conexão de 10 MB. ou até mesmo 720p@30fps  para quem possui 5 MB.

Para usuários de internet via fibra, um serviço de streaming de games funcionaria sem muitos problemas. Até mesmo para quem tiver apenas 10 MB.

Enfim, para a realidade do nosso país, o Stadia precisa oferecer um serviço bom, mas que não exija uma conexão “da Nasa”.

4. Precisa de jogos e preço atrativo

O principal problema da Stadia neste momento são os jogos. Ao que tudo indica, Sony e Microsoft vão lançar serviços parecidos globalmente em breve.

Até o momento, foram anunciados apenas 5 jogos para o Stadia.

  • Doom
  • Doom Eternal
  • Rime
  • Shadow of the Tomb Raider
  • Game cujo título não foi anunciado, do mesmo desenvolvedor de Star Fox

A Sony já está com o PS Now funcionando em muitos países ao preço de US$ 9,99 dólares ao mês, algo em torno de 37 reais.

A PS Now oferece 650 games. Parece muito mas a maioria são jogos de “segundo escalão”.

O grande defeito do serviço da sony é o marketing. A empresa exige um controle de Playstation 4, e oferece, em sua maioria, jogos da geração passada ou do começo da geração do PS4.

Voltando a Stadia, foi dito que ele rodará sobre máquinas Linux. Isso por si só já é um grande problema em termos de games. Muitos títulos não possuem versões para Linux.

O serviço vai precisar de ambos, games e preço atrativo. Seria interessante a Google disponibilizar pacotes mais baratos que os oferecidos pela Sony.

5. O público alvo precisa ser nos “não gamers”

Qual a utilidade de um serviço de games via streaming? O objetivo  é utilizar um grande poder computacional sem precisar comprar um PC Top ou Console de videogame. Não é mesmo?

Então de nada adianta oferecer o serviço para clientes que já possuem dispositivos potentes e já são compradores assíduos de games.

A Google precisa focar o marketing nos chamados “não gamers”, oferecer como principal vantagem ter acesso fácil, e sem frescura, a jogos de ponta.

6. Precisa ter foco no mobile

Para finalizar, não poderia deixar de lado o nosso foco que é a mobilidade. Espero que com o lançamento do Stadia, finalmente morra aquela apelação  de “jogo tal mobile”, pois não precisaremos mais ficar procurando “cópias” de jogos para o mobile. Vamos jogar os próprios The Witcher, GTA V e etc.

O Stadia, e outros serviços que chegarem ao Brasil, vão acabar de vez com a grande escassez de jogos singleplayer para mobile.

Mas por ser da Google, a Stadia precisa manter o foco que a empresa sempre demonstrou durante todos esses anos, o foco nos celulares.

A Google precisa oferecer um serviço “sem frescura”, que não exija controles físicos, mas quando pedir, precisa ter suporte amplo a qualquer tipo de controle Bluetooth compatível com celulares Android.

E você o que acha? Está empolgado com o Stadia? Deixe um comentário!

Dario Coutinho

O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: dario@mobilegamer.com.br

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