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Wonder Boy: Dragon’s Trap (Android e iOS) – Review

Wonder Boy: Dragons Trap. Remake de um clássico surge também nos celulares. Mas será que vale a pena? Confira nesta análise.

No Brasil, muita gente conhece a franquia apenas pelo mod “Turma da Mônica em: O Resgate”, criado pela TecToy para Master System. Fato acontecido lá em 1989.

Mas Wonder Boy III: Dragons Trap (Monster World II no original japonês), é um daqueles clássicos que é lembrado com carinho pela “velha guarda” dos games.

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Dragons Trap foi lançado para Android e iOS este ano. O game já havia chegado em 2017 para Playstation 4, Nintendo Switch, Xbox One e PC. Um game offline, pago e com suporte a controle Bluetooth e USB. Claro que a gente tinha que analisar.

O estilo artístico do remake chama atenção, mas é justamente por usar mecânicas antigas que Wonder Boy cativa os jogadores dos celulares. Um game a moda antiga, do tipo: “aventure-se até zerar”.

– Game à moda antiga

Quem está acostumado a jogar apenas games gratuitos, pode até ter uma falsa impressão ao ver imagens de Wonder Boy.

Ao ver screenshots com indicadores de ouro, poções e armas, alguns até poderiam imaginar de que se trata de um jogo free-to-play com compras embutidas.

Vamos deixar uma coisa bem clara aqui. Wonder Boy: Dragons Trap não possui NENHUMA compra embutida. Tudo que há no game, pode ser desbloqueado via conteúdo “in game”.

A sensação de pegar um jogo assim para resenhar, que não te cobra nada, é muito boa. Especialmente neste tipo de game. Wonder Boy não tangencia sua dificuldade baseado na monetização. Esse é um prazer que muitos fãs de jogos de celular merecem conhecer.

– A História de Wonder Boy: Dragon’s Trap

Na saga Wonder Boy, Dragons Trap é precisamente o segundo jogo de Monster World. O game começa exatamente no final do primeiro título. Você está completamente equipado, e vai enfrentar o chefão final (no caso, seria o inicial).

Logo nesse começo, já temos o primeiro diferencial em relação a versão dos anos 80. No remake, você pode escolher entre personagem masculino (Wonder Boy) e uma personagem feminina (Wonder Girl).

Ao encarar o chefe, fica evidente um problema que falaremos mais a seguir (os controles). Porém, já adianto que a solução é simples.

Após derrotar o Meka Dragon, seu personagem recebe uma maldição. Ele(a) é transformado em um dragão que cospe fogo. A única forma de regressar à forma humana, é encontrar a Cruz de Salamandra, um item mágico com o poder para remover maldições.

A cada chefe derrotado, uma nova maldição é lançada sobre o seu personagem. Contudo, a cada nova transformação, o game adiciona uma mecânica diferente. Essas mecânicas permitem acessar novos locais e chegar mais longe.

  • Homem-Peixe: pode nadar e acessar outras áreas.
  • Homem-Rato: possui capacidade de escalar blocos, paredes e tetos quadriculados.
  • Homem-Leão: possui força extra para destruir algumas passagens.
  • Humano: Ataques e escudo normais.
  • Homem-Lagarto: ataque de foco a longa distância.
  • Homem-Falcão: pode voar.

O enredo de Wonder Boy: The Dragon’s Trap é bem simples. Um guerreiro, uma espada e um mundo de plataforma 2D para explorar. Mas esse título foi além do tradicional na época.

Dentre as novidades que Dragon’s Trap apresentou em 1989, estava conceitos de RPG. O jogador pode coletar ouro para comprar equipamentos e melhorar o seu personagem.

Diversas lojas com um porco-mercador estão espalhadas pelo game. O jogador pode comprar espadas, armaduras e escudos. Os equipamentos não mudam o visual do personagem, mas mudam drasticamente a resistência, para levar golpes, e a força para derrotar inimigos.

– Remake ou Remaster?

Para os mais puritanos, Wonder Boy: Dragon’s Trap pode aparentar ser um remaster. Afinal, o game é idêntico ao original. Mas será mesmo?

Fui rejogar o título original em um emulador e lá eu constatei duas coisas: Não é exatamente o mesmo game. E algumas hitboxes estão mais próximas do que na versão antiga.

Wonder Boy: Dragon’s Trap, este lançado para consoles, PC e smartphones, na realidade é um remake.

O game foi todo recriado do zero pelo estúdio Lizardcube e pelo programador Omar Cornut. Tudo feito para retratar ao máximo a visão de Ryuichi Nishizawa, criador da franquia.

Curiosidade: Omar Cornut é um exímio programador. O cara é o responsável pelo melhor emulador de Master System para PC, o MEKA. No emulador, há uma dedicatória a Wonder Boy.

É possível jogar com metade do visual renovado e metade retrô.

Dragon’s Trap começa exatamente com o seu visual renovado. Mas basta deslizar dois dedos sobre a tela, ou apertar R2 no seu controle, que o visual do game fica completamente retrô.

– Comandos no celular

Como falei acima, o game não é exatamente idêntico, frame a frame, à versão do Master System. Isso fica evidente ao testar a versão mobile de Wonder Boy.

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Ele o mesmo game lançado em 2017 para Playstation 4, Nintendo Switch e etc. A questão é que Wonder Boy: Dragon’s Trap e o típico jogo de plataforma que exige precisão máxima nos controles. Algo que comandos touch não retornam muito bem.

Jogar essa parte sem controle físico é um terror!!!

A questão não é técnica. Os botões virtuais funcionam muito bem. Contudo, a dimensão dos botões é pequena. Pessoas com dedos grandes vão sentir dificuldade logo de cara.

Um ajuste nos comandos é essencial. Mas é algo que geralmente passa despercebido pelos mais apressados.

Além disso, durante as batalhas contra chefes, a câmera fica congelada. Acontece que a melhor estratégia para a maioria dos chefes é ficar no canto esquerdo da tela. Justamente onde costuma ficar o “dedão” do jogador.

Enfim, no mobile, a dificuldade do game possui uma camada a mais. Junte isso ao fato deste remake possuir hitboxes muito próximas ao corpo do protagonista, e temos uma experiência inicial que pode não ser muito boa.

Felizmente, essa dificuldade “adicional” nos celulares é amenizada pelo uso de controles Bluetooth/USB. Com eles, o jogo flui naturalmente e a imersão é completa. O mapeamento é excelente. Veja a configuração padrão nos Ípega/Xbox/Gamesir.

X = Atacar.
A: Pular.
Y: Menu (armaduras e armas).
B: Usar itens para arremessar.
L1 e R1: Alterna entre itens para arremessar.
L2: Alterna entre música padrão e retrô.
R2: Alterna entre visual padrão e retrô.

Dediquei um tópico apenas para falar dos controles, pois é algo que pode irritar. Caso você não faça uma configuração correta. Não tem controle Bluetooth? Aumente o tamanho dos botões no menu de configurações e/ou escolha o nível de dificuldade fácil. O final é o mesmo nos três níveis.

– Gráficos e áudio

Essa é provavelmente a parte mais fácil de comentar. Wonder Boy: Dragon’s Trap é um game 2D belíssimo. O jogo foi todo desenhado a mão, com assets muito fluídos. As animações do game são lindas.

Costumo brincar que é exatamente assim que eu, criança nos anos 90, se lembra dos games daquela época. Qualquer jogo que possuía gráficos coloridos era muito chamativo e nos despertava o interesse imediatamente.

Na parte do áudio, tive uma surpresa. O game utiliza músicas inspiradas na versão para Master System. As nuances de cada fase agora estão representadas em cada música tema. Ao se adentrar como Lion-man na fase dos ninjas (mais Rede Manchete impossível), podemos ouvir uma linda música japonesa.

– Tamanho na medida certa

Wonder Boy: Dragon’s Trap pode ser terminado em cerca de 2 horas. Mas isso acontece apenas se você conhecer todos os caminhos e macetes. Sem isso, pode esperar pelo menos umas 5 horas de aventura.

Pode parecer pouco para um game que custa R$ 39,90 no celular. Até eu achei ele um pouco caro no Android. No iPhone, o preço cai para R$ 29,90. A dica é esperar uma promoção ou aguardar os serviços de assinatura de jogos (Google Play Pass e Apple Arcade).

Curiosidade: Quem possui Amazon Twitch Prime, pode baixar a versão de PC de graça.

Voltando ao tamanho da aventura, Wonder Boy: Dragon’s Trap sabe dosar bem a transição entre cenários. Quando parece que vai ficar chato, um chefão aparece, e ao derrotá-lo, uma nova mecânica é desbloqueada.

Grande parte da aventura se passa em backtracing. Em outras palavras, você terá que voltar a outros estágios para acessar novas áreas, com a nova forma do herói. Pode parecer meio óbvio nos dias atuais, mas fica a dica que o game possui várias passagens e baús secretos.

A única coisa que pode desapontar um pouco é o encerramento. Não espere uma conclusão apoteótica.

– Conclusão

Se você nunca ouviu falar nesse game, mas já jogou Swordigo, pode cair de cabeça em Wonder Boy: Dragons Trap. Talvez não seja tão fascinante como nos anos 90. Mas para quem está cansado de jogos grátis cheios de compras embutidas, este é um game divertidíssimo e que respeita a história dos videogames.

+Prós

  • Animações fluídas
  • Dificuldade acima da média
  • Zero de anúncios e compras embutidas

-Contras

  • Preço elevado

Baixar na App Store (IOS)

Baixar na Google Play (ANDROID)

Desenvolvedora: Dotemu
Publicidade: Não | Jogo Offline
Contém compras embutidas: Sim
Requer Android 4.4 / iOS 9.0
Idioma: Português | Tamanho: 800 MB

[wp-review]

Dario Coutinho

O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: dario@mobilegamer.com.br

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