Quando o POCO F1 surgiu em 2018, foi um baita reboliço. O smartphone trazia configuração de um top de linha e preço bastante acessível.
Em 2021 as coisas estão ligeiramente diferentes. A chegada da terceira geração, o POCO F3, não trouxe um processador mais potente do mercado.
Mas isso é tão importante assim? É o que vamos ver nessa análise.
A POCO é uma empresa subsidiária da Xiaomi. Ela foi criada para ser um “alter-ego” ou concorrente da linha Redmi, que já estava ficando bastante numerosa e complexa.
Para simplificar as coisas para o público, a linha POCO chegou com a proposta muito simples: “mais por menos”.
Tudo começou com o Pocophone F1, o aparelho causou estardalhaço no mercado e trazia quase tudo de um top de linha, com preço muito acessível.
A linha POCO atualmente é assim:
O POCO X3 e X3 Pro são os smartphones com melhor custo-benefício. Enquanto o F3 ficou para ser o “top de linha” da marca, aquele aparece com um “algo” a mais.
Mas esse top de linha vem com aspas mesmo. O processador revelado no evento de apresentação do F3 é o Snapdragon 870.
Esse processador é um Snapdragon 865 Plus com um overclock e suporte a 5G.
Então não é o 888, que é o processador mais potente da atualidade nos dispositivos Android.
Adquirimos um POCO F3 para review e agora você confere a nossa a nossa análise completa.
O POCO F3 vem em uma caixinha muito parecida com a do POCO F1.
Além da tradicional capinha transparente que vem inclusa no pacote, dessa vez, o aparelho já veio com uma película aplicada.
Também vem uns adesivos que são bem legais se você é fã da POCO. Outros itens que vem com o smartphone são: carregador de 33 volts, adaptador para de USB-C para entrada de fone de ouvido e pino para abrir a gavetinha do sim-card.
A versão comprada é a de 8 GB de memória RAM e 256 GB de espaço interno, mas há uma versão mais barata com 6GB de RAM e 128 GB de armazenamento.
Apesar de não trazer o snap 888, o F3 não decepciona nas outras configurações que impactam nos jogos.
Ele possui memórias LDDR5, as mais velozes da atualidade e sistema de armazenamento interno UFS 3.1.
Com tanto poder de fogo não faria sentido ter uma tela IPS simples.
Felizmente, o F3 tem uma tela respeitável de 6.67 polegadas de AMOLED com 120 hertz de taxa de atualização.
Uma tela muito grande, que chega a incomodar no uso do dia a dia, mas que em games fica excelente!
Especificações:
A construção do POCO F3 fica dentro do esperado de um intermediário premium: specs respeitáveis, mas com acabando em plástico.
Porém, o plástico está apenas na parte lateral do aparelho. A traseira é de vidro com Gorilla Glass 5, igual a parte frontal do aparelho. Isso dá ao F3 um acabamento muito refinado.
Por ter traseira de vidro, você já deve saber que o aparelho passa muito do calor que ele gera para a sua mão, então boa parte das reclamações do aparelho “esquentar demais” vem daí.
Arremates bem feitos e um design sóbrio, sem firulas. Não tem tela com bordas infinitas e nem sensor na tela. Tudo no design do F3 é simples.
No quesito de proteção, o smartphone ficou apenas com a IP53 mesmo, que é proteção contra poeira e respingos. Uma pena, pois o F3 sacrificou a entrada de fone de ouvido e até vem com uma capinha com proteção para a entrada USB-C.
Tudo isso passa a impressão de que o aparelho teria uma proteção a mais contra acidentes com água, mas como sempre, cuidado redobrado com esse aqui. Mas se serve de consolo, teste feitos por usuários revelou que ele sobrevive bem a alguns “mergulhos” acidentais.
Aqui vão os resultados de alguns testes sintéticos.
Vale lembrar que esse tipo de teste não corresponde a um cenário real de uso, mas serve para metrificar o smartphone, e saber em que posição da tabela ele se posiciona em relação a outros celulares Android.
O primeiro teste não é bem um teste, mas serve para mostrar que o Snapdragon 870 é sim um Snapdragon 865 plus com overclock.
O chipset de 7 nanômetros que foi lançado com clock máximo padrão de 2.84 Ghz, está com 3.09 Ghz na versão “plus”. No 870, o clock chega a incríveis 3.19 GHZ.
Com clock maior, faz sentido o Snapdragon 870 ser mais esquentadinho durante os jogos. Isso é normal e não precisa se preocupar, pois o chipset possui resfriamento líquido. Ou seja, isso permite que o chip opere em temperatura mais elevadas.
No Geekbench, o F3 marcou 987 pontos no single-core e 3.249 no multi-core, muito próximo da pontuação do Snapdragon 865 plus.
Nos testes que vimos pela net, outros POCO F3 até fizeram uma pontuação maior, mas isso depender de vários fatores. Porém, o aparelho do teste não fica muito longe desse resultado.
Um benchmark interessante para nós é o 3Dmark Wild Life (Stress test) que mede o desempenho do smartphone em renderização 3D ao longo de 20 minutos.
A queda de performance depois dos primeiros minutos é normal, e a do POCO F3 fica dentro do esperado de 10% de perda de performance.
Até mesmo o ROG PHONE 5 perde 10% de performance no modo padrão.
Isso até parece “procurar pelo em ovo”. Num cenário real, jogando, dificilmente você vai notar essa queda.
Todos os jogos rodam incrivelmente bem no POCO F3. Todos menos… Genshin Impact
No Genshin Impact podemos notar que a performance do aparelho cai um pouco.
Mas Genshin Impact é um jogo que é CPU Bound (exige muito da CPU e não apenas da GPU).
O game está claramente mal otimizado nos celulares e até smartphone gamers estão sofrendo para manter 50fps durante toda a jogatina.
Outros testes para complementar o nosso review são o de “leitura e escrita”, o que mostra que POCO F3 usa mesmo o sistema de IO mais rápido da atualidade, e o teste de GPS. Novamente sem surpresas, o smartphone se localiza muito rápido.
Vamos ficar devendo o teste de performance de bateria, pois o POCO F3 encrencou com o Antutu e não conseguimos fazer um teste de performance da bateria. Se você conhece alguma alternativa para teste de bateria, deixe um comentário.
Assista o nosso review para ver o teste em games:
Chegamos na parte que mais interessa para a gente né? Os games!
O POCO F3 simplesmente voa nos jogos para Android. Qualquer jogo roda sem problemas. Games como Fortnite, PUBG Mobile, Call of Duty, e outros games mais pesados da atualidade rodam sem problemas nesse smartphone.
Como você pode ver, habilitamos o contador de frame real do aparelho e um monitor de temperatura do chipset.
Temperatura do chipset, não da bateria! Muita gente se confunde e fica medindo bateria e taxa de atualização de tela.
Só tem um jogo que POCO F3 sofre, assim como a todos os smartphones Android atualmente (e iPhone 12 Pro Max também) que é o Genshin Impact.
Quando foi lançado, o jogo era travado nos 30fps e depois a empresa achou uma boa ideia liberar os 60fps.
Pra quê meu deus! Agora os usuários ficam desesperados tentando fazer seus celulares rodar o jogo na configuração de vídeo máxima (o famoso ultra) a 60fps.
Não vai meu fi!
O Resultado? Até era possível uns meses atrás, mas as últimas atualizações deixaram o jogo muito mal otimizado.
Como você pode ver, o POCO F3 sofre bastante para manter a taxa de quadros acima dos 50fps. A temperatura do chipset chega a bater 65ºC.
Nossa recomendação é não sofrer à toa! Poupe seu aparelho e a bateria para não chorar depois. Coloca nos 30FPS e seja feliz.
Essa encrenca é apenas com o Genshin Impact.
Em vários outros jogos Android, o POCO F3 dá um show, roda tudo até acima dos 60 fps, quando o jogo permite.
Talvez com algumas atualizações, o jogo rode a 60 FPS liso como smartphones gamers.
Veja alguns games que rodam a 120 frames por segundo no POCO F3.
A lista completa dos jogos que estão com 120fps habilitados no Android, você encontra aqui.
Se tem um aspecto onde o POCO F3 deixa a peteca cair é no conjunto de câmeras.
Elas não são ruins, mas também não dão aquela sensação de “top de linha”.
A frontal principalmente. Parece a mesma câmera do POCO F1, aparelhos de 3 anos atrás.
O conjunto traseiro pareceu apenas OK.
São sensores bons, mas sentimos que a estabilização é digital e não óptica.
Alguns sites brasileiros falam que o smartphone tem estabilização ótica. Mas não tem. Perde feio para o S10 Lite, nesse quesito, por exemplo.
No áudio, a POCO fez um bom trabalho colocando dois speakers. Com isso, o aparelho habilita o modo estéreo para a reprodução de qualquer áudio, seja game, música, vídeo.
O smartphone conta também com 3 microfones que são ótimos tanto para capturar áudio em 360 ou para ativar a função redução de ruído durante gravações e chamadas.
Um bônus legal é que o celular vem com sensor de infravermelho, algo que costuma vir apenas em aparelhos da linha Redmi e Mi da Xiaomi.
Através do celular você consegue controlar vários dispositivos da casa, dispensando controles remotos.
O POCO F3 é aquele intermediário com um gostinho a mais por velocidade.
O aparelho mantém a tradição de especificações robustas, mas dessa vez deixou de lado o processador mais potente do ano e resolveu usar um revamp do ano passado.
O F3 também abandonou o plug de 3.5 milímetros e sentimos falta de uma proteção contra mergulhos na água (acidentais ou não). O smartphone até vem capinha com tampinha para o conector de energia. Tudo dando a entender que tal proteção existe, mas não existe.
Ficou ruim? Não, mas se você quer ter um top de linha de verdade com um preço competitivo, sugerimos esperar um possível “POCO F3 Pro”, daqui para o fim do ano.
Como é de costume, celular da Xiaomi custa um rim no Brasil. Então o melhor a fazer é mesmo comprar importado e já separar uma grana para potenciais surpresas com a receita.
No nosso caso, o editor pagou R$ 390 de imposto+taxas.
Por fim, nossa recomendamos sim o POCO F3, mas com ressalvas.
Compre se você estiver com um aparelho muito ultrapassado e quiser dar um “salto” para a “nova geração” dos games Android.
Mas não vale a pena investir tanto no POCO F3 se você já possui um smartphone com Snapdragon 855 ou 865.
Por exemplo, no Brasil é possível achar o Samsung Galaxy S20 FE com preço muito parecido ao do POCO F3. Caso você não tenha paciência de importar, essa é uma boa opção.
E essa foi a nossa análise do POCO F3, em breve vamos postar muito mais análises aqui no site. O que você gostaria de ver? Não deixe de comentar, um grande abraço e até a próxima.
+Prós
-Contras
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