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Os Jogos NFT que mais deram PREJUÍZO em 2022

No mundo dos jogos NFT e Play to Earn, o que não faltam são histórias de pessoas que perderam milhares de reais (e até milhões de dólares). Pensando nisso, decidimos reunir os jogos que mais deram prejuízo apenas nos três primeiros meses de 2022.

Confira os jogos NFT que mais deram prejuízo e fizeram muitas pessoas perderem muito dinheiro.

 

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CryptoMines

A previsão de que 2022 iria ser uma ano tenebroso para jogos NFT começou com CryptoMines. O “game” consistia em criar frotas de naves e colocá-las para minerar.

As aspas em “game” não são à toa. CryptoMines, como você verá no decorrer dessa matéria, não consistia em um jogo de verdade, mas sim em um site com pequenas animações em que a “jogabilidade” era um misto de clicker e AFK.

A criptomoeda do CryptoMines caiu de US$ 801 dólares para apenas US$ 4.

Segundo relatos o grande problema do jogo foi o FUD (Fear, uncertainty and doubt ou medo, incerteza e dúvida em uma tradução literal). Porém, o projeto do jogo era insustentável, principalmente devido ao sistema de “Oracle” que consiste em manipular a economia para garantir os ganhos.

CryptoCity – O metaverso em forma de golpe

Há uma expressão entre os jogadores de NFT quando todos os ativos estão rendendo lucros: “É lua”, “Vai pra Lua”.

E não houve golpe mais emblemático que o do CryptoCity, um metaverso que englobava os jogos CryptoCar, CryptoPlanes e CryptoGuards .

Em meio as promessas de gráficos bonitos e uma jogabilidade viciante, CryptoCity assim como CryptoMines era um site onde os jogadores “aportavam” seus “carrinhos, aviões e guardas”.

Os devs do CryptoCar se esforçaram para iludir os brasileiros, colocaram até o meme do “Uno Escadinha”.

Muita gente começou ganhando dinheiro no CryptoCity, e é assim que esse tipo de golpe funciona, ele precisa primeiro construir uma base para que ela chame novos jogadores que vão entrar no game graças as histórias de “lucro fácil”.

Esse golpe é icônico, pois ele aconteceu durante o ano novo chinês. Também conhecido como ano novo “Lunar”.

Alegando que iriam tirar férias, os desenvolvedores sumiram por cerca de uma semana. Passado o período do ano novo Lunar… nada. Depois foi descoberto que os devs estavam fazendo um “slow rugpoll” (em uma tradução livre, puxada lenta do tapete). Nesse tipo de golpe, os devs sacam o dinheiro de carteiras que eles diziam que estava “travadas” e assim vão sabotando o próprio jogo.

Bomb Crypto

Aclamado pelos brasileiros, Bomb Crypto é um dos jogos NFT e Play to Earn mais populares em nosso país, mas que sofre de um terrível mal: o multi-account. O multi-account nada mais é que um usuário que cria múltiplas contas com o objetivo de lucrar cada vez mais no jogo.

A produtora do Bomb Crypto não só faz vista grossa para o multi-account, como literalmente incentiva a prática.

O resultado não poderia ser outro, uma criação gigantesca de personagens que vão minerar moedas no jogo.

O marketing do jogo é bizarro, e lembra propragandas de esquemas de pirâmide que vimos no Brasil. O marketing incluía coisas como independência financeira, compra de carros, casa e etc.

Como em qualquer economia, quando há muito dinheiro sobrando, a moeda não vale nada. Foi o que aconteceu com o Bomb Crypto.

Na maior cotação o BCOIN valia cerca de US$ 8 dólares. A criptomoeda do game hoje vale apenas US$ 0,4. Nem mesmo o lançamento do Token na Exchange Binance, conseguiu “levantar” a moeda. Apenas para sua informação, a Binance é confiável, é uma bolsa líder na indústria de criptomoedas no momento.

Bomb Crypto ainda existe, mas quem entrou nos primeiros meses de 2022, não vai conseguir recuperar o dinheiro que investiu tão cedo.

Quem esperava que o jogo virasse “emprego”, pode tirar o “cavalinho da chuva”.

Hoje em dia, quem investiu cerca de R$ 2 mil ou 5 mil reais no Bomb Crypto não consegue nem comprar uma coxinha por dia.

Pixelmon NFT – O golpe de 70 milhões de dólares

Mas nada supera o Pixelmon.

Jogos NFT costumam surfar na onda do hype. Cada jogo promete ganhos exagerados e mundos alternativos em realidades paralelas de tirar o fôlego a sua maneira.

Mas tudo é promessa. No mundo real as coisas são bem diferentes.

De real mesmo, só os sites maquiados e NFTs à venda no OpenSea com a ideia de que: “um dia o jogo daquele NFT fará parte de um grande metaverso e ele vai valer milhões”.

E como enganar uma geração nova? A tal geração Z? com Pokémon é claro!

Foi nisso que, provavelmente, alguns desenvolvedores pensaram ao criar o jogo Pixelmon.

Primeiro, eles anunciaram os NFTs do jogo. Os Pixelmons estariam à venda para quem quisesse comprar. Após a apresentação de um único trailer, claramente pré-renderizado, foi mostrado o tal “jogo” que seria “incrível” (eu não vi nada demais), com sobrevivência, pixelmons diferentes, evoluções e etc.

A montagem abaixo exemplifica bem o tamanho do golpe:

De um mundo aberto gigantesco, cheio de possibilidades, os devs entregaram apenas um quadrado de 10 por 10 metros com um personagem bugado.

Pixelmon nunca saiu do papel. Algumas pessoas chegaram a gastar US$ 9 mil dólares (cerca de R$ 45 mil reais) em um personagem). Essas pessoas nunca mais vão reaver esse dinheiro.

O design artist que ficou encerrado do metaverso de Pixelmon mentiu tão bem que ele fez uma whitelist para que as pessoas comprassem os NFTs sem nem vê-los. O resultado é que as pessoas só viram que tinha algo estranho depois de ter comprado os NFTs.

O desenvolvedor do jogo ainda responde mensagem de discord e Twitter e afirma que também foi pelo artisa que ficou encarregador de fazer as artes NFT e personagens do jogo.

Conclusão

O mundo dos jogos NFT pode parecer maravilhoso, mas ele é cercado de golpes, mentiras e meias verdades.

Fica o alerta para quem está pensando em entrar no mundo desses jogos: Quando você ver um “projeto” de um game que nem saiu do papel ainda. Pode ter certeza que esse jogo dificilmente vai se lançado. Confie apenas em empresas que já possuem renome e já são conhecidas.

Dario Coutinho

O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: dario@mobilegamer.com.br

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