Android

Jogos APK que são games de PC no Android (ports não oficiais)

No ramo da emulação as coisas andam meio frenéticas.

Caso você não saiba, já é possível rodar até GTA IV no Android mais ou menos e Dark Souls 2 no ultra de forma incrivelmente satisfatória.

Porém, existe outro ramo bastante aquecido também, que é o ramo de ports não oficiais de jogos para Android.

Não se trata de emulação, ou games feitos por fãs.

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O lance aqui são jogos que foram transformados em APKs nativos para Android, ou que recebem uma camada de compatibilidade via software, uma espécie de “meia emulação”.

Os games dessa lista podem ser jogados de forma nativa e offline no Android.

 

 

Nesse vídeo, você vai conferir os jogos mais bacanas que, com certeza, não estão na Google Play.

Conteúdo em vídeo:

 

Hollow Knight by Dan Cooper

Hollow Knight by Dan Cooper é um port para Android da versão de PS Vita que acabou sendo cancelada.

O desenvolvedor, que apesar do nome é russo, pegou a versão inacabada do Vita, e fez uma integração com a versão de PC.

Ficou tão bom que parece que alguém resolveu levar a brincadeira para o Android.

Como há muita pouca informação oficial sobre o tema, e Discord do projeto se encontra fechado para novos usuários, não sei te dizer se quem portou o game para o Android foi o próprio Dan Cooper ou outro desenvolvedor.

Sobre Hollow Knight, esse game é quase unanimidade quando o assunto é metroidvanias indie. Um jogo que não te promete nada e entrega tudo. Gigantesco, com muitos desafios e uma lore impressionante.

Joguinho surpreendente viu. Tanto que a sequência Silkson foi o jogo mais celebrado do Summer Game Fest 2022.

Esse port ganhou uma atualização há uns dias que adicionou até multi idiomas, incluindo o português.

O update também trouxe comando melhorados na tela, dispensando aquela gambiarra gameboard+ .

Porém, vale lembrar que ainda não é um port completo. Há alguns bugs. Mas se você quiser apenas conhecer o game pelo Android, esse port já dá uma boa ideia de como ele é.

 

Celeste

Outro jogo de plataforma moderno e desafiador que também ganhou uma versão não oficial para Android foi Celeste.

A versão de Celeste para Android roda sobre o FNA Player.

O FNA é uma implementação das bibliotecas do Microsoft XNA Game Studio 4.0, convertidas para o Android.

Ao utilizar o FNA, é possível jogar a versão do PC de Celeste, como se fosse um jogo nativo do Android.

Por ser um port cru da versão de PC, será necessário um controle Bluetooth ou USB.

Em Celeste, você deve ajudar Madeline a enfrentar seus demônios internos em uma jornada até o topo da montanha. Uma jornada de auto-descoberta, recheada de desafios meticulosos e segredos escondidos.

Para jogar, basta ter a versão do PC, baixar os arquivos para o celular, colocá-los na pasta Android/Data/FNADroid.Player/files/ e instalar o arquivo FNADroid.Player.apk.

Link FNA Droid Player

 

DevilutionX

Ok, DevilutionX meio que quebra o nosso argumento de “não estar na Google Play”, mas o arquivo principal dele, não está.

Você vai ter que ter comprado Diablo 1 no GOG.COM ou baixado por aí….

O lance é que basta baixar um arquivo, DIABDAT.MPQ para a pasta desse aplicativo e bum, Diabo 1, em português todo configuradinho pra rodar no Android.

E fica perfeito rapaziada.

Diablo 1 é um jogo que dispensa apresentações. Dono de uma atmosfera e um preciosismo na construção dos ambientes, esse game faz o jogador realmente se sentir descendo até as catacumbas do inferno.

Uma obra prima dos jogos de PC que pode ser degustada em toda a sua glória no celular.

Link para baixar o DevilutionX

 

Doom 3

Doom 3 não é exatamente o jogo mais celebrado da franquia, mas conferir esse shooter no smartphone tem um gostinho a mais.

Esse port possui duas versões, a mais atual é através da Dante engine, que nada mais é, que um port da engine do Doom 3 para o Android.

Mas há uma versão com a Source Engine que funciona muito bem também.

Essa gambiarra já rola desde 2014, mas ficou restrita aos smartphones mais potentes. Mas hoje em dia, qualquer celular mediano roda Doom 3 no Android.

Aí fica ao seu critério. Testar as duas e ver qual vai funcionar melhor no seu smartphone.

Ainda que não seja o jogo que nasceu pra ser, Doom 3 me parece um bom FPS para jogar no celular, ainda mais com essa seca que a gente está de jogos de tiro com história.

 

Portal

Se você prestou atenção no jogo anterior, deve ter ouvido as palavrinhas mágicas “source engine” e pensado: “Hum, seria legal os jogos de tiro da Valve” no celular, né?

Mas eles estão no celular meu consagrado… não oficialmente, é claro!

O primeiro deles que vamos falar aqui, é uma escolha óbvia…..e mais um exemplo de jogo que já era para estar no celular a séculos.

Portal é uma aula de game design. O jogo foi desenvolvido por um grupo de estudantes de tecnologia de uma faculdade, e que depois foram contratados pela Valve.

Portal chegou ao mundo em lançado em 2007.

Nessa época a Valve era assim, uma empresa de games focada 100% na inovação.

Ao misturar puzzle com jogo de tiro, controlamos uma personagem presa em um laboratório bastante peculiar.

Somos acompanhados por uma inteligência artificial que a princípio parece benevolente. Mas à medida que resolvemos os enigmas, vemos que o principal objetivo dela é acabar com a nossa existência.

Esse jogo nunca foi traduzido oficialmente para o português, mas se você tiver a chance de aplicar o patch de tradução do PC, aplique, pois a história desse jogo é incrível.

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Os diálogos da GLaDOS são de um cinismo impressionante. A atuação da dubladora Ellen McLain é digna de um Oscar.

Portal é um jogo completo. Uma bela demonstração de união perfeita entre arte, técnica apurada, game design impecável, e storytelling. Um dos melhores jogos em primeira pessoa de toda a história dos games.

A sequência desse jogo, Portal 2 é igualmente brilhante, mas até o momento ainda não há como jogá-lo de forma nativa e offline no Android…

Porém….

O mesmo cara que fez o port da Source Engine, o usuário de Discord e Youtube Nillerusr, está trabalhando na correção de bugs para trazer Portal 2 para o Android.

Obs. Sim, a gente sabe que tem aquele Portal da Nvidia na Google Play, mas ele é exclusivo para dispositivos desta marca.

 

Half Life 1 e 2

E por falar em bom game design, precisamos falar de Half Life.

Que jogo você colocaria no panteão lendário de melhores jogos de todos os tempos? Ao lado de Red Dead Redemption e The Legend of Zelda: Ocarina of Time.

The last of us…? ehhh não!

Half Life 1 e 2

É impressionante como um jogo que originou Counter Strike, seja mais conhecido pela sua história e mecânicas do que pelo seu tiroteio.

Half Life influenciou desenvolvedores de jogos do mundo todo, incluindo nomes como Cory Barlog, diretor dos novos God of War e também do primeiro game da nova trilogia de Tomb Raider.

Mas afinal, o que tem demais em Half Life, e principalmente em Half Life 2?

A quantidade de inovação em termos de tecnologia e narrativa fazem dessa uma das franquias mais importantes de todos os tempos.

Para época, e até para hoje em dia, Half-Life 2 impressiona com sua mistura perfeita de gameplay e cutscenes interativas. Das expressões faciais, ao mundo rico e detalhado.

Half-Life 2 chamava atenção com expressões faciais e movimentação dos personagens, coisas que até mesmo jogos da nova geração andam pecando.

Em Half Life 1 acompanhamos o Dr.Gordon Freeman, físico teórico que trabalha na instalação de pesquisa chamada Black Mesa. O local realizava vários experimentos com um cristal alienígena recém encontrado.

Um experimento dá errado e diversos portais se abrem com criaturas estranhas invadindo a instalação.

O que parece ser um típico “Doom”, com o objetivo de matar o chefão e fechar a abertura para o outro mundo, tem uma reviravolta surpreendente no final.

Half Life 2 inicia 20 anos depois do primeiro jogo. Mesmo que para Freeman tenha se passado apenas segundos desde o final do 1.

Os alienígenas invadiram a Terra e em 7 horas exterminaram 90% da população mundial. O restante está escravizado em pequenas cidades.

Gordon então emerge em uma dessas cidades, a Cidade 17. O local está um deserto, a população com medo e a atmosfera é de um 1984, com uma aparente, e mentirosa, tranquilidade.

Freeman então se infiltra no local para integrar a última resistência que tenta libertar a humanidade dos aliens.

Tá a gente perdeu muito tempo falando de Half life, mas esse é um jogo que se encaixou perfeitamente no cenário atual dos jogos mobile.

Afinal, com a escassez de jogos offline de tiro de qualidade no Android, pra que melhor do que jogar logo um dos melhores shooter de todos os tempos.

 

The Elder Scrolls 3

Assim como aconteceu com vários jogos dessa lista, alguém portou a engine de The Elder Scrolls 3: Morrowind para Android.

O game, que hoje em dia é bastante leve, roda em literalmente qualquer celular.

Imagina aí: um RPG offline gigantesco, cheio de possibilidades, offline e em português? Considerado por muitos o melhor da franquia, Morrowind definiu os caminhos dos próximos games da franquia, incluindo o lendário Skyrim.

A beleza desse jogo se deve a liberdade dada aos jogador. Nada é explicado na sua cara com setas e marcações no mapa. O jogador precisa ir descobrindo tudo por conta própria.

Morrowind possui um sistema de criação de personagem que pode parecer complexo para os dias atuais, mas é simplesmente genial. E as opções de diálogo? Cada NPC possui uma quantidade enorme de opções de interação, perguntas e respostas.

Como hoje em dia é tudo automático, você vai se surpreender com Morrowind. Não estranhe você apelidar ele de “simulador de RPG”, pois você vai viver como se fosse um personagem do jogo.

Criado em 2002, Morrowind é outro clássico fruto de uma época em que a internet engatinhava. As redes sociais sequer existiam, então não tinha como as produtoras criarem um hype absurdo como fazem hoje em dia.

Naquele tempo, o jogo tinha obrigação de ser excelente, era isso, ou as empresas iam à falência em pouco tempo.

Morrowind nasceu com exatamente essa proposta: salvar a Bethesda da falência.

Como relata ToddHoward em entrevista ao site cinemabend

“Eramos seis de nós na época, certo? O estúdio ficou tão pequeno,e eu estava no comando de Morrowind, mas naquela época, quando você chega a esse ponto, havia esse elemento de “não ter medo”. O que poderia piorar? A gente sair do negócio.

Bem, vamos dar tudo que temos. Vamos colocar todas as nossas fichas na mesa. Este é o jogo que as pessoas querem de nós, este é o jogo que queremos fazer.”

Felizmente Morrowind foi um sucesso, vendendo 4 milhões de cópias.

E como o porte dessa maravilha se comporta no Android?

Morrowind roda incrivelmente liso e já possui dezenas de plugins e patchs feitos pela comunidade. Inclusive patchs de tradução para o português.

O port da engine OpenMW já entrega uma configuração ótima de comandos na tela.

O processo continua o mesmo da source engine, FNA e Dante Engine, você baixa um APK que é a engine portada, e ela por sua vez, vai rodar o game de PC no Android. Você pode fazer isso inclusive de forma legal, basta ter um computador com os jogos comprados na Steam ou GOG.com e copiar os arquivos dos jogos de PC para o seu celular.

 

Another Metroid 2 remake

AM2R ou Another Metroid 2 remake é como o próprio nome indica, outro remake de Metroid 2, da versão de Game Boy para PC, com gráficos e sons melhorados.

Esse remake também foi parar no celular com uma versão incrível e muito bem adaptada para Android.

O único porém aqui é a versão do sistema, pois o APK desse jogo vai exigir pelo menos Android 9.0 ou superior.

Sobre AM2R, ele é um jogo de ação 2D com mapa grande e possibilidade de muita exploração.

A surpresa aqui é justamente a adaptação da telinha do Game Boy para telas em wide screen. Com isso, a aparência é de que o game com aspect ratio nativo, o que aliada a pixel art ficou com visual muito bonito.

O resultado final ficou muito bom. Parece aquele típico game simples que você começa a jogar e não quer parar mais.

Como todos os jogos da lista, esse aqui é um game offline.

 

Ficou surpreso com os esses jogos? Confira também os nossos outros vídeos com jogos APK que não estão na Google Play.

Um grande abraço e até a próxima!

Dario Coutinho

O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: dario@mobilegamer.com.br

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