Hoje (13), foram revelados os jogos indicados ao prêmio The Game Awards, a maior premiação de games da atualidade. Neste ano, os jogos mobile indicados ao prêmio revelam um pouco sobre o estado atual dos jogos de celular.
Os indicados deste ano de 2023 para melhor jogo mobile são:
- Final Fantasy VII: Ever Crisis (Applibot/Square Enix)
- Honkai: Star Rail (HoYoverse)
- Hello Kitty Island Adventure (Sunblink Entertainment)
- Monster Hunter Now (Niantic/Capcom)
- Terra Nil (Free Lives/Devolver/Netflix)
Você notou alguma coisa diferente?
“Ué, cadê TMNT: Shredder’s Revenge, Oxenfree 2, RE Village e outros?” São jogos de PC e consoles convertidos para mobile.
“Cadê Ace Racer, BloodStrike, Metal Slug Awakening, Ashfall, Arena Breakout, Harry Potter: Magic Awakened e outros?” Estes são jogos que tiveram testes beta infinitos e lançamentos regionais que afastaram sua indicação para o TGA. Na realidade, esses jogos foram prejudicados com testes betas repetitivos, pois fizeram o hype diluir.
Tenho reparado, já há algum tempo, que as produtoras insistem em tentar usar o “gatilho da escassez” para criar um hype em torno de um jogo. O efeito, contudo, tem sido o oposto, com o público simplesmente ignorando os jogos e esperando o lançamento global.
Neste ano de 2023, deveríamos ver jogos como Warzone Mobile ou Devil May Cry: Peak of Combat. Cadê esses jogos?
Sabia que Rainbow Six Mobile ainda não foi lançado globalmente?
E conforme o tempo passa, a situação fica cada vez pior para jogos mobile “nativos”, pois muitos gamers que focam apenas em jogos portados de outras plataformas estão começando a perceber que os jogos de PC e consoles estão chegando cada vez mais rápido no mobile.
Serviços como Netflix Games e Crunchyroll mostram que há um interesse em trazer grandes títulos para o mobile, está faltando apenas um “meio”.
Com o tempo, veremos, ao invés de jogos mais elaborados, games mais simples concorrendo a “melhor jogo mobile do ano”, pois afinal, não é possível indicar jogos que são ports de outras plataformas.
Jogos mobile têm uma percepção diferente ao redor do mundo.
Há também o efeito de que o que nós, brasileiros, pensamos sobre os jogos mobile de um modo bem diferente do que pensam as pessoas de outros países.
Muitos jogadores de mobile no Brasil têm o celular como “única plataforma” e desejam que nela estejam jogos com “nível de console”.
Pessoas de outros países não pensam da mesma forma, especialmente as de países do dito “primeiro mundo”. A banca indicadora do The Game Awards, por exemplo, é composta basicamente de pessoas dos EUA e Inglaterra.
Por lá, o mobile é visto como “diversão passageira” para jogar no ônibus, metrô ou na rua. Jogos competitivos e/ou com grande apelo para gráficos têm perdido a atenção do jogador mobile dos EUA e Europa, por exemplo.
O público nessas regiões virou mais casual, e isso fez muitas empresas desistirem de focar em jogos mais elaborados.
Não é “achismo”, basta olhar o AppMagic de 2023 e notar uma dominância completa de jogos infantis e casuais no top 10 (apenas COD Mobile aparece na 11ª posição).
Mas o Hello Kitty Island Adventure foi um esculacho. 🤣