O que fez a Nintendo se render aos smartphones? Se ela possui sua própria plataforma portátil?
Nintendo foi para os celulares, seguindo a mesma história de outras marcas (que na realidade se deram mal) como Sony e Microsoft Studios. Antes que você me diga que esse era o plano da Nintendo, deixe eu te explicar que não era! Foram várias as vezes em que a Big N negou rumores sobre desenvolver jogos para celular. O site Engdaget até montou um “disse não disse” reunindo todas as notícias.
Então o que fez a Nintendo finalmente se render aos smartphones? Pensamos em cinco motivos que provavelmente levaram a decisão da Japonesa a voltar atrás e investir no que é hoje a maior plataforma de games de todas.
– O mercado mobile está fervendo
Achou a última afirmação forte? Então saiba que segundo pesquisa dos Newzoo os smartphones e tablets (mobile em geral) serão, já em 2015, a maior plataforma de jogos, superando PC e consoles em valor de mercado. Segundo a pesquisa, que teve de ser refeita, graças ao crescimento de 42% do mercado de jogos de celular, ainda dentro de 2014, os jogos mobile irão movimentar US$ 30 bilhões de dólares em 2015, enquanto os consoles e PCs vão gerar 26 bilhões.
Casos de sucesso para isso não faltam. O modelo freemium, apesar de odiado, é o responsável pela maioria das verdinhas. Supercell (Clash of Clans) foi vendida por US$ 3 bilhões de dólares, e em 2014, lucrava US$ 800 milhões por ano. Candy Crush Saga (da King) SOZINHO faturou mais que todos os jogos da Nintendo juntos no primeiro quadrimestre de 2014. E não, a Nintendo não está na pior. Para você ter uma ideia, a Nintendo vai lucrar, este ano, cerca de mais de US$ 1 bilhão de dólares.
– Smartphones são “a primeira plataforma” de games de muita gente
Qualquer um percebe que hoje em dia o primeiro dispositivo que as crianças têm contato é o smartphone do pai ou da mãe. E em muitos casos, será a única plataforma que as crianças jogam por alguns anos.
Já há uma geração inteira de crianças que conhece mais Angry Birds e Subway Surfers do que Mario e Sonic. Para muitas crianças, Pokémon é só desenho animado e elas nem sabe que existem os jogos. Aqui no Brasil essa realidade é ainda mais forte, graças aos preços elevados de consoles portáteis e seus games. Muitos pais preferem comprar tablets (daqueles baratinhos) para que as crianças “estudarem”, quando na verdade sabemos que elas vão lotar o device com jogos.
Pesquisas e mais pesquisas, desde quando o iPad foi inventado, revelam que as crianças preferem ter smartphones ou tablets de última geração ao invés de consoles de videogame. E como a tendência da indústria nos consoles, é apostar em jogos cada vez mais focados no público adulto, parece que os jogos infantis e casuais ficaram mesmo para os smartphones e tablets. Isso é algo tão perceptível que tanto Google como Apple e Microsoft, já se adequaram às leis de classificação indicativa de vários países, inclusive o Brasil.
– Visibilidade na “era pós-pc”
Os smartphones são “a primeira tela”, como muitos costumam dizer. É o primeiro device que muita gente usa na hora que acorda e provavelmente o dispositivo que vai te acompanhar durante todo o dia.
Segundo dados da Cisco, já em 2016, o número de dispositivos móveis vai superar a quantidade de pessoas na Terra. E não estou falando de celulares comuns, mas especificamente smartphones e tablets.
– Parceria com quem entende do negócio
Por conta de fatores como citados nos dois primeiros itens, é mais do que necessário para uma empresa de games, do calibre da Nintendo, se posicionar de maneira estratégica neste mercado. E parece que ela vai fazer isso com quem já entende do assunto. A DeNA é uma das maiores publicadoras de jogos no Japão. Fundada em 1999, essa empresa produz e comercializa jogos antes mesmo dos smartphones existirem.
A DeNA faturou US$ 1.8 Bilhões de dólares em 2012, ou seja, mais que a própria Nintendo. Ela é a detentora do portal e rede social de jogos mobile “Mobage”, bastante popular no Japão, China e Tailândia. O acervo da DeNA e Mobage no Ocidente é pequeno, mas no oriente, o serviço possui um alcance de 100 milhões de usuários. Ou seja, a Nintendo está se aliando com uma empresa com presença forte no mercado de jogos de celular.
– O começo para algo maior
Por fim, essa nova empreitada da Nintendo pode resultar em algo maior. A plataforma/console/ninguém sabe o que é “NX” terá um serviço de jogos integrado a smartphones, tablets, consoles da Nintendo e PC. Quem sabe o que vai acontecer.
Pode ser um caminho para a Nintendo atrair mais público para os seus produtos, ou resultar em um mercado completamente novo, como os Amiibos (bonequinhos do Smash Bros Wii U) resultaram, virando uma das áreas mais lucrativas para a empresa.
fontes:
Fortune, Gameindustry, Businessinsider, Cisco
E você, o que acha do cenário atual dos jogos mobile? Será que a Nintendo irá apostar em jogos pagos ou freemium? Deixe o seu comentário!