Análise: Moto E 2015, o básico que redefine o que é “básico”

Modelo de entrada da Motorola bate de frente até com os ditos intermediários

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Quando o sistema operacional Android começou a se popularizar no Brasil, por volta de 2010, o conceito de smartphone básico era algo bem diferente do atual. Naquela época, até mesmo um aparelho intermediário mal conseguia alternar entre conteúdos multimídia com a mesma desenvoltura dos smartphones top de linha.

Mas isso é passado. Hoje, smartphones como o Moto E 2015 conseguem redefinir o conceito de básico. O novo modelo de “entrada” da Motorola consegue entregar a mesma experiência fluída do Android vista em aparelhos top de linha. Em algumas situações, ele consegue ser mais rápido do que smarts mais caros e com roms customizadas pelas fabricantes (cof cof Touchwiz, essa minha tosse).

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Comparativo: Moto E 2014 x Moto E 2015

– Especificações

  • Dimensões: 129,9 x 66,8 x 12,3 mm
  • Peso: 145 g
  • Tamanho da bateria: 2390 mAh
  • Tamanho da tela: 4,5 polegadas
  • Tela: 960 x 540 pixels (245 ppi)
  • Câmera frontal: 0,3 megapixels
  • Câmera traseira: 5 megapixels
  • Flash: Não disponível
  • Versão do Android: 5.0.2 – Lollipop
  • Interface: Stock Android
  • RAM: 1024 MB
  • Memória interna: 8 GB / 16 GB
  • Memória removível: microSD até 32 BG
  • Chipset: Qualcomm Snapdragon 410
  • Número de núcleos: 4
  • Velocidade máx. 1,2 GHz
  • Conectividade: HSPA, LTE, Bluetooth 4.0

A versão testada foi a de 16GB com TV Digital, gentilmente cedida pela Motorola. Na caixa do produto estão o aparelho, fone de ouvido, antena de TVe três bumpers.

– Básico com desempenho de intermediário

O Moto E 2015 vem com processador Snapdragon 410 com 1.2 GHz, arquitetura 64bits e Adreno 306. O smartphone de entrada da Motorola possui 1GB de RAM e possui versões com 8 e 16 GB. Em ambas, o usuário encontra suporte a dois chips Sim e entrada para cartões microSD de até 32GB.

Com essas configurações, é fácil comparar o Moto E com o Moto G. E há até um certo desconforto ao afirmar que o Moto E 2015 tem o mesmo desempenho do Moto G 2014. Mas ele tem mesmo! E em alguns momentos, seu desempenho é até superior, graças a arquitetura 64bits.

Em nossos testes de benchmark, esse smart básico impressionou. O Moto E 2015 roda com maestria a grande maioria dos jogos da Google Play. Obviamente os jogos pesados rodarão na configuração mínima. Ainda assim, o aparelho não apresentou problemas na grande maioria dos jogos. Modern Combat 5, Mortal Kombat X, Implosion, todos rodaram com grande facilidade.

No quesito jogos, a única limitação pode acontecer por conta da tela com resolução 960×540 pixels. Alguns jogos pesados não suportam resoluções inferiores à 1280×720 pixels. Um exemplo é Lara Croft Relic Run, no momento em que escrevemos o review, o game ainda era incompatível com o Moto E.

No uso diário, o dispositivo surpreende com um desempenho acima de qualquer expectativa para “básico”. Em parte graças ao Android 5.0 Lollipop, o Moto E nunca travou, nunca apresentou engasgos e nunca precisou ser reiniciado durante um mês de teste. E olhe que abusei mesmo do pobrezinho, instalei uma centena de jogos e apps.

Moto E conta com versão com TV Digital.
Moto E possui com versão com TV Digital.

O Android Lollipop tem uma performance inacreditável no Moto E. Fácil, interativo, com todas as funções, incluindo o novo layout para atalhos de multitarefas. A consistência do sistema é incrível, sem nunca deixar o usuário na mão.

– Bateria

A performance da bateria foi outro fator que chamou a atenção no Moto E. É fácil usar o aparelho por mais de um dia longe da tomada. A menos que você passe o dia inteiro jogando ou vendo vídeos.

Nos meus testes, zerei o game Implosion no aparelho, e cheguei a jogar mais de 4 horas sem pausa, e não percebi qualquer sinal de que a bateria estava no limite crítico. Em uso pesado, o Moto E aguenta fácil umas 5 horas de uso. Em uso moderado, um dia inteiro longe de tomadas. Também me surpreendeu o quão “cabeça fria” é o smartphone, joguei games pesados sem me sentir incomodado com calor gerado pelo SoC.

– Câmeras

No quesito câmera, começarei abordando o que é visto como “ponto negativo” por muitos, a ausência de Flash Led. Na realidade, o Flash me fez falta apenas na hora de usar o smartphone como lanterna. Desculpe a sinceridade.

Convenhamos, os flashes Led nos celulares são modestos, e em muitos casos, completamente inúteis. Não é à toa que a grande maioria dos smartphones possuem recursos para fotos em ambientes com baixa luminosidade, via software ou hardware (sensores retroiluminados). Esses recursos foram largamente aderidos simplesmente por que os flashes não cumprem o seu papel de “gerar mais luz para a cena”.

Fotos em ambientes internos e externos ficaram muito boas no Moto E. O aparelho consegue aproveitar bem a luz do ambiente. A câmera traseira tem modestos 5 megapixels, enquanto a frontal é apenas VGA. Apesar de tirar algumas boas fotos, fica claro que o Moto E não é o melhor aparelho para quem gosta de selfies. Mesmo assim, sua câmera dificilmente deixa o usuário na mão. Ela é rápida ao iniciar. Graças ao Android 5.0 Lollipop, você pode ativar a câmera direto da tela de bloqueio.

– Acabamento enxuto

A aparência externa do Moto E chama a atenção. Não pela extravagância ou necessidade de “aparecer”, mas por ser discreto. Até mesmo os bumpers que acompanham o modelo com 16GB não buscam o exagero. O Moto E 2015 vem em duas cores, branca e preta.

Na parte frontal, temos a tela, obviamente, o fone na parte superior, sensores e câmera, sem logo e botões extras. A parte traseira consiste na câmera, um pequeno furo para o microfone e um logo da Motorola.

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A lateral do Moto E é um pouco diferente de outros aparelhos da Motorola. Com ranhuras em alto relevo, essa estranha característica deixa a “pegada” do Moto E firme. Toda a aparência externa do Moto E facilita uma coisa: utilizar o aparelho com apenas uma mão.

O design “clean” também mostra sua evidência nas curvas que facilitam o telefone ser colocado no bolso ou retirado dele. O tamanho de 129.9 x 66.8 x 12.3 mm é ideal, pois não gera desconforto ao ter o smartphone no bolso da calça.

O smartphone possui um vibro que cobre toda a parte frontal, e ele é à prova de riscos. A parte traseira é apenas plástico. Por ter uma boa pegada, e formato que preserva a câmera de contato com superfícies lisas, o Moto E dispensa a compra de uma capinha.

– Botando medo nos “intermediários”

No Brasil, é comum as pessoas encararem smartphones com tela grande como intermediários. Mas na realidade existe muito smartphone básico com tela cinco polegadas. Para ser encarado como um intermediário, o smartphone precisa, atualmente, de pelo menos processador Quad-Core com 1.7Ghz e 2GB de RAM.

Moto E 2015 tem desempenho similar ao dos "básicos" com telas maiores.
Moto E 2015 tem desempenho similar ao dos “básicos” com telas maiores.

Para quem não executa muitos jogos pesados, e precisa apenas de um smartphone para Whatsapp, Facebook, fotos e etc, o Moto E 2015 será surpreendente. Ao contrário de smartphones de outras empresas recém chegadas, a compra um Moto E não gera grandes expectativas. Mas depois de alguns meses de uso, a satisfação de ter feito uma boa compra será um sentimento presente.

Eu entendo que muita gente compra um smartphone com tela grande para facilitar a digitação, mas o Moto E possui o mesmo tamanho de tela do Moto G 2013, 4,5 polegadas. É um tamanho que facilita a digitação, mesmo para quem tem duas aranhas no lugar das mãos, como eu.

– Conclusão

O Moto E é um excelente aparelho. Design e conjunto enxuto, sem frescura e direto ao ponto, ou seja, foco na performance com um hardware modesto. O preço oficial do aparelho é caro, mas é possível encontrá-lo em várias lojas custando entre R$ 600-500.

+Prós

  • Acabamento
  • Tamanho ideal para usar com uma mão
  • Bom conjunto de hardware

-Contras

  • Versão de 8GB tem pouco espaço para apps

Nota 8/10

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3 comentários em “Análise: Moto E 2015, o básico que redefine o que é “básico””

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