Já estamos entrando no último quadrimestre de 2019 e os únicos jogos programados da Gameloft para este ano são apenas três: Disney Aventura Real, um jogo de LEGO e Disney Férias no Paraíso.
Como se não bastasse essa escassez de novos games, não há sequer um teaser que aponte para um jogo mais elaborado – hardcore – se preferir o termo. Nada de NOVA 4, Modern Combat 6 com Single Player e etc.
As redes sociais da Gameloft estão entregues às moscas.
É uma situação bem diferente dos anos de 2010 até 2016, onde fãs de jogos do Android e iOS – não vou falar de Java aqui – ficavam sempre empolgados a cada semana com novos games. A Gameloft era uma “metralhadora” de novidades.
Pois bem… era!
Ao que tudo indica, a Gameloft, como conhecemos, está “morta”, e nós do Mobile Gamer só podemos lamentar.
Ok, falir ou morrer são termos fortes. Mas vou provar aqui que a Gameloft está em queda. Perdeu seu prestígio como líder do setor e fatura menos que empresas que até 2017 sequer tinham um game de sucesso.
– Passado Glorioso
Foi-se o tempo em que a Gameloft produzia jogos premium de qualidade. Isso até 2014. Os últimos grandes títulos daquele ano foram The Amazing Spider-man 2 e Modern Combat 5 (versão paga).
De 2014 para cá, a produtora que já apresentou pérolas gamísticas como N.O.V.A 3, Asphalt 8, Ganstar Rio, Sacred Odyssey e muitos outros, vem decepcionando tanto clientela como investidores.
Você lembra quando vazou os planos de lançamentos para 2016, 2017 e 2018. Tudo parecia fantástico. Era um calendário de lançamentos impressionante. Muitos pensaram na volta da Gameloft. Não poderíamos estar mais enganados.
A coisa começou a desandar com lançamentos desastrosos como Gangstar New Orleans e Dead Rivals.
Gangstar New Orleans chegou com uma grande quantidade de problemas como missões repetitivas, ausência de uma história mais profunda e falta de compatibilidade com aparelhos intermediários da época.
Dead Rivals, anteriormente The Dying World, possuía uma ótima premissa, mas a Gameloft abandonou o jogo. Como se não bastasse, Dead Rivals foi “completamente destruído” pelo seu concorrente (LifeAfter), criado pela NetEase.
Nesse meio tempo tivemos os ótimos Asphalt Xtreme, N.O.V.A Legacy e Asphalt 9. Jogos muito bons, mas que não decolaram em receita.
Mas além de má qualidade de alguns lançamentos, o excesso de monetização ficou evidente nos games lançador a partir de 2016. O motivo por trás disso, pode ser explicado no item abaixo.
– A venda para a Vivendi
Entre aquele vazamento de 2016 e o ano de 2019, a Gameloft passou por um processo de transformação. A empresa já não era a mesma desde o meio do ano de 2016.
O interesse da Vivendi em adquirir a Gameloft já existia desde 2015 e ainda no começo de 2016, o conglomerado europeu iniciou seus planos de aquisição.
Foi uma aquisição nada amistosa. Se você está pensando em tapinhas nas costas e todo mundo sorrindo, sabia que foi exatamente o oposto.
Michel Guillemot, criador da Gameloft, foi demitido, junto com toda a cúpula da empresa. No lugar, um novo conselho, votado por acionistas da Vivendi.
Ao que tudo indica, a nova direção tinha (e tem) um só objetivo: aumentar os lucros e “espremer” as franquias o máximo possível. Isso quer dizer que novos games ficam em segundo plano.
– Presente decepcionante
Como se não bastasse o clima nada amigável nos corredores da Gameloft, os títulos hardcore mais recentes da empresa não obtiveram o sucesso esperado.
Modern Combat Versus foi um retumbante fracasso e Asphalt 9 está exigindo uma série de investimentos no ramo de e-Sport (terreno onde MC Versus fracassou também).
Diante disso, e do sucesso de outras empresas com Battle Royales, o público foi drenado dos títulos mais importantes da Gameloft.
– A parte financeira
Como resposta, a produtora passou em investir em jogos cada vez mais focados no público infantil.
Isso até ajudou a produtora a obter um ótimo ano de 2016 e 2017, mas ao que tudo indica, os lucros vão começar a cair, como foi o que aconteceu em 2018.
Gráfico do Statista mostra que o faturamento caiu em 2018. Segundo o Owler, a previsão até agora é de nova queda (251 euros) para 2019.
Atualmente a Gameloft não trabalha com nenhum grande título a curto prazo. Os canais sociais da empresa, tentam nos empurrar o “hype” em games infantis como Disney Aventura Real, um jogo de LEGO e Disney Férias no Paraíso.
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– Futuro
A pergunta que fica na minha cabeça é apenas uma: A Gameloft vai desistir de jogos hardcore? Conforme o tempo passa, tudo indica que sim.
A Gameloft vai virar uma nova GLU. Não é o fim, mas com certeza não é lugar que uma das empresas mais importantes do ramo merece ficar.
Gameloft era para estar brigando lado a lado com Tencent e NetEase Games, empresas que já lucram na casa dos bilhões, enquanto a Gameloft ficou nos milhões.
É triste ver a nossa queridinha GL passar a apenas reciclar seus jogos e tentar lucrar ao máximo com ideias antigas. Se é esse o caso, por que não colocar seus títulos antigos no Wapshop? Seria uma boa ideia para manter viva o que a Gameloft já foi um dia.
Fontes:
Boa matéria é uma pena o que fizeram com a gameloft, a vivendi deve ser discípula da EA outra empresa que compra estúdios e acaba com franquias de peso.