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Review: Pascal’s Wager (Android e iOS)

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Criado pelo estúdio chinês TipWorks e publicado pela Giant Games, Pascal’s Wager é uma tentativa – muito bem-sucedida – de trazer um jogo parecido com Dark Souls para os smartphones. O game foi lançado recentemente no Android e fomos dar uma olhada nessa “Aposta de Pascal”.

Será que é bom? Vale a pena comprar? Confira a Análise completa!

– A História de Pascal’s Wager

Nossas dúvidas sobre Pascal’s Wager já começam pelo nome do jogo. Traduzido para o português, teríamos o estranho título “Aposta de Pascal”. A tal aposta se refere a uma teoria do matemático, filósofo, teólogo, inventor e físico (ufa) Blaise Pascal, que viveu em século XVII. Ateu convicto, em um belo dia, lá por 1660, Pascal resolveu criar uma teoria de que é melhor acreditar em Deus do que não.

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A teoria, baseada na lógica, indica que há muito mais vantagens em acreditar que Deus existe, do que acreditar que ele não existe.

Mas a questão sobre a entidade Deus existir ou não é algo que parece já ter sido ultrapassado na trama de Pascal’s Wager .

No game, o mundo está envolto em trevas, a luz do Sol foi embora para sempre e os seres humanos vivem em uma “Longa Noite”. Mas não é apenas a escuridão o único problema. Uma estranha névoa chamada Sendril tem o poder de enlouquecer as pessoas e transformá-las em monstros. A única coisa que pode espantar a névoa seria a luz solar.

Surge então o único fio de esperança da humanidade, os colossos. Esses seres se parecem com árvores gigantes com cabeça em formato de um “pequeno sol”.

Mas ao mesmo tempo que são uma esperança, os colossos também são uma maldição. Eles começaram a se mover em direção ao “Túmulo dos Colossos”. O que isso significa?

Nesse meio tempo, controlamos Terrence. Um ex mensageiro que foi expulso da igreja. Terrence vaga pela névoa a procura de sua esposa, Teresa. Ela foi condenada por ser uma bruxa e estaria envolvida com a caminhada dos colossos.

Terrence partilha sua jornada com Viola, outra exilada da Igreja que vai ajudá-lo na busca por Teresa. Durante o jogo, Terrence é salvo pelo enigmático Norwood. Também nos deparamos com Benita, amiga de Terrence e de sua esposa. Benita salvou Teresa no passado, doando os olhos para evitar que ela fosse assassinada pela igreja. Todos esses personagens são controláveis pelo jogador.

– Bem-vindo e prepare-se para morrer

Ao abrir Pascal’s Wager, o game avisa para o jogador que este vai encarar uma experiência “diferenciada”. Para quem está acostumado com jogos mobile, o título da Giant Games é um choque de realidade.

Pascal’s Wager é brutalmente difícil! Porém, a curva de aprendizado do game é relativamente honesta (menos na parte final).

Fãs de games mobile que não conhecem jogos “Souls Like” também vão estranhar o fato do personagem “cansar” depois de aplicar alguns golpes. Assim como em jogos desse “gênero” o personagem possui uma barra de estamina / energia que é drenada ao realizar golpes.

Entra aqui a maior e melhor característica de Pascal’s Wager: o combate.

O game da TipWorks se inspira muito bem em jogos no estilo Dark Souls. Ele proporciona um combate cadenciado que exige precisão e resiliência do jogador.

Muita gente olha as screenshots e pensa que Pascal’s Wager é um hack’n slash para “esmagar o botão”. Quem comprou o jogo pensando nisso, vai ter uma surpresa bem desagradável.

Mas quem comprou pensando que ele seria uma cópia de Dark Souls em todos os sentidos vai se decepcionar também.

– Não é exatamente um Dark Souls…

Começamos o jogo com Terrence, que utiliza uma espada grande e uma bengala afiada, usada como espada de esgrima. Seus golpes exigem perícia e precisão do jogador, pois ao atacar é bom realizar um combo e depois se esquivar, devido ao consumo da estamina, da fúria e da sanidade.

Pera aí? Sanidade?

Sim! Aqui começam as diferenças entre Pascal’s Wager e Dark Souls. Se há muitas semelhanças na hora da “espada cantar”, ou seja, nos combates, durante todo o resto, o jogo é bem diferente.

Seu personagem é consumido pela névoa Sendril à medida que luta contra seres monstruosos. Então é preciso usar poções de sanidade para evitar que seu personagem fique “Anormal” ou “Lunático”. Ao atingir o estado “Anormal”, os inimigos ficam mais difíceis e seu personagem perde parte da vida. Quando seu personagem fica “Lunático”, aparições de outros inimigos começam a surgir no mapa.

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O jogo vira uma espécie de desafio “ao gosto do freguês”. Mas fique atento, ao atingir o estado “Lunático” sem estar em um chefe, fica quase impossível avançar no game. As duas únicas opções são morrer ou encontrar um Altar para salvar o jogo.

Outro elemento que é bem diferente de Dark Souls é a possibilidade de alternar entre personagens. Você pode escolher entre dois personagens de 4 selecionáveis para encarar cada fase.

Cada personagem possui vantagens e desvantagens. Terrence é ótimo para combates corpo a corpo com espada, com boa esquiva, mas defesa fraca. Já Norwood luta muito bem na porrada, mas possui uma esquiva ruim, seu diferencial é utilizar um caixão como escudo. Viola é ótima para o combate a distância, mas possui ataques rápidos de perto também. Benita é uma personagem que leva tempo para aprender a controlar pois mistura ataques à média distância com o uso de preces que consomem energia.

Como é possível perceber, apenas com Terrence temos aquela impressão de um combate 100% “Dark Souldiano”. Com os outros personagens, o estúdio demonstra versatilidade e criatividade na hora de criar mecânicas de combate diferenciadas. O próprio fato de alternar entre personagens, torna o jogo um pouco diferente de um “clone que Dark Souls”, o que é muito bom.

Os cenários são outro ponto onde o jogo difere de Dark Souls. Ao invés de cenários interconectados, o jogo é dividido em fases. Mas essas fases não são apenas para caminhar e enfrentar inimigos. Há muitas passagens secretas, sidequests e segredos para descobrir. O jogo realmente estimula a fazer muito “back tracking” para tentar encontrar todos os segredos.

– Visual e trilha sonora

Pascal’s Wager possui um visual que divide opiniões. Há quem ache os gráficos bonitos e há quem acha um pouco borrado ou nebuloso demais. Para a proposta do game, a minha opinião é que o visual é bom sim. Trata-se de um game mobile, feito por um estúdio pequeno e que esperava operar em um nível de compatibilidade razoável no Android.

A compatibilidade com celulares intermediários não deu muito certo. Apesar da modelagem dos personagens não ser absurdamente detalhada, o game exige pelo menos um Snapdragon 835 ou superior.

Os cenários são bonitos, mas um pouco repetitivos. O que faz sentido, já que no enredo, todo o planeta foi arrasado pela falta de luz solar. Então é normal ter um visual mais ou menos uniforme entre vilas, castelos e igrejas.

Já no quesito áudio, o jogo arrasa! A trilha sonora é marcante com música lentas que dão ao jogo o seu tom lúgubre. Da ótima música na abertura até a trilha de encerramento, vale a pena jogar com fones de ouvido no máximo!

– … Mas o final é muito Dark Souls

Pascal’s Wager possui dois modos de dificuldade: Casual e Normal. No modo casual é possível jogar sem se preocupar muito com o nível do seu Altar (e dos personagens). Contudo, o último cenário (Terras Abençoadas) e o último chefe do jogo vão cobrar o seu preço.

Fica muito difícil e cada inimigo vira praticamente um mini-chefe a ser vencido. Os sacerdotes desse cenário, aqueles que parecem um Papa são quase impossíveis de serem vencidos sem tirarem uma ou duas poções de vida de você. Encarar dois ou três deles de uma única vez é suicídio.

A solução então é “farmar” a sua build. Evoluir os personagens no altar, desbloquear os talentos, habilidades e etc. Caso contrário, prepare-se para morrer centenas de vezes antes de ver a tela de encerramento do game.

A escala de dificuldade muda abruptamente na parte final e o jogo vira uma verdadeira “pedreira nível Dark Souls”. O game vai propor um desafio quase impossível, e pior, depois de salvar nessa parte, não é possível voltar atrás para tentar “upar” o personagem, você vai ficar preso no último boss e terá que enfrentá-lo do jeito que Terrence está.

O game é ainda mais difícil ao se jogar com os comandos touch. Felizmente o suporte a controles em Pascal’s Wager é total. É possível jogar com controles Bluetooth da Ípega e até controles de videogame. Ao se conectar, o jogo já mostra os comandos com os botões do controle.

Ao trazer aquele sentimento quase sádico de morrer infinitas vezes em um chefe, Pascal’s Wager demonstra que é possível fazer um “Souls Like” para o mobile. O título da TipsWorks foge do clichê de tentar copiar ao máximo e põe seu próprio tempero. Isso pode afastar alguns que queriam uma cópia idêntica, mas copiar demais deixa qualquer jogo literalmente “sem alma”.

Pascal’s Wager é um ARPG que vale cada centavo. Boa história, controles precisos e uma dificuldade que nunca é injusta. Um jogo memorável que estava fazendo falta especialmente no Android.

+ Prós

  • Ótimo sistema de combates
  • Desafio elevado, mas nunca injusto
  • Tradução para o português e suporte a controles Bluetooth

– Contras

  • Alguns bugs ocasionais
  • Câmera as vezes se posiciona atrás de paredes
  • Bom enredo, mas roteiro abaixo da média

Baixar na App Store (iPhone)

Baixar na Google  Play (Android)

Desenvolvedora: TipsWorks / Giant Gaames
Publicidade: Não | Jogo OFFLINE
Contém compras embutidas: Sim
Requer Android 6.0
Idioma: Português  | Tamanho: 2.5 GB

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2 comentários em “Review: Pascal’s Wager (Android e iOS)”

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