A indústria de jogos mobile é um fenômeno global facilmente reconhecido até mesmo para quem não é da área. Entretanto, grandes nomes do mercado já apontam que talvez chegamos no topo, e se posicionar nesse mercado está cada vez mais difícil… e caro!
No primeiro semestre de 2022, a receita dos jogos mobile levou um tombo e caiu 9,6% em relação ao ano anterior, segundo o site Sensor Tower.
Por anos, o mercado de jogos mobile era visto como “dinheiro fácil”, tanto que até a Nintendo embarcou no “hype” em 2016, com direito a Shigeru Miyamoto em evento da Apple.
Vimos várias mega fusões como a Take-Two comprando a Zynga por US$ 11 bilhões de dólares (cerca de 58 bilhões de reais).
O número de downloads total de jogos de celular caiu 2,5% em 2022. A Take-Two (que é atual dona do Candy Crush) revisou suas posições citando “uma visão mais cautelosa do atual cenário macroeconômico, particularmente no celular”.
Segundo o analista Michael Pachter, o desempenho do mobile estava em todo lugar e era impossível de ignorar. Mas os resultados recentes tem decepcionados acionistas, principalmente nas publicidades.
“Quando conversamos com nossos anunciantes, a sensação é claramente de cautela em se comprometer com os gastos agressivos com anúncios”, disse Pachter. Os jogos para celular dependem do setor de publicidade, que encolheu 7% no segundo trimestre, segundo dados da Nielsen.
“Interesse por jogos mais complexos está diminuindo”
Já na visão do diretor de insights do Sensor Tower, Dennis Yeh, os analistas dividem os jogos mobile em subgêneros. Jogos casuais como Candy Crush ou jogos sociais de cassino são estáveis ou continuam a aumentar a receita. Mas o interesse em jogos mobile mais complexos está diminuindo à medida que os consumidores começaram a se deslocar novamente ou preferem passar seu tempo livre jogando jogos de PC ou console.
Ainda segundo Yeh: “no momento, é uma tempestade perfeita de muitos ventos contrários”.
Minha opinião
Não há outra coisa que explique o mercado mobile mais que a saturação.
A indústria de jogos de celular é bastante madura e já existem tantas opções de coisas para jogar, que se tornou fácil um jogo “flopar” por ser apenas “bom”, e não incrível (ou bom com um grande campanha de marketing).
Caso não tenha percebido ainda, muitos jogos “prontos” demoram para serem lançados por isso, medo de “flopar”. Há muito investimento envolvido e as empresas não querem perder o risco do game “não se pagar”.
Há jogos demais no mesmo gênero ou subgênero. Foi-se o tempo em que os jogadores ficavam desejando um jogo online gratuito que existia no PC.
Hoje em dia, qualquer jogo grátis que tem no PC, há uma versão mobile ou um jogo muito parecido (se não melhor).
Também já se passou o tempo em que o jogador mobile iria dormir a noite sonhando em jogar game x ou y no celular. Hoje em dia, games de PC como Fortnite e Jogos AAA de consoles via Xbox Cloud Gaming ou Geforce Now, estão na palma da mão. Para a turma do “Jack Sparrow”, os celulares tem poder suficiente para emular consoles como PlayStation 2 e Switch.
No futuro muito próximo, com toda certeza o interesse por “free to play” vai cair, à medida que os jogadores se cansam de “gatilhos” baratos e táticas bregas para tentar ganhar a atenção do consumidor. Sim, está próximo a época em que não apenas a gente, mas o grande público vai dizer: “aff é gratis, eca”.
Com informações de: Bloomberg e pocketgamer.biz
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Pra mim o maior problema são as micro transações e a limitação que elas causam no jogo, seja pra progredir, pra pegar uma skin legal. Tudo isso desanima e faz a pessoa largar o jogo, pq a sensação que fica é que o único interesse da empresa é lucro e não fazer um jogo legal pros consumidores.