Review: Oxenfree II é morno mas possui final impactante

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Oxenfree II: Lost Signais é uma sequência que parece não ter sido planejada à primeira vista, mas que combina tão bem que os dois jogos podem ser vistos como um só.

Lançado para Android, iOS, PC e Consoles. O game marca o retorno (ou quase isso) a ilha dos mistérios de “Edward Island”.

Oxenfree no mobile tem um algo mais. Na nossa plataforma favorita, a Netflix Games relançou o primeiro jogo com legendas em português, algo que não havia nem na versão de PC (que conta com legendas de fãs).

Situado no gênero de adventure e no subgênero de terror, Oxenfree 2 está mais para um jogo com leve suspense, e muita investigação.

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A história é sobre fantasmas e personagens presos em loops temporais (ou outras dimensões), mas ouso dizer que ele passa longe do gênero terror.

Menos emotivo que o primeiro jogo, e um pouco morno em sua escrita, Oxenfree II vale a pena por conta de suas conexões com o primeiro game, e pelo seu final IMPACTANTE. 

Oxenfree II: Lost Signais é gratuito para assinantes da Netflix Games no mobile. Nos consoles e PC, o game é pago.

 

 

É Obrigatório jogar o primeiro Oxenfree?

SIM!

Vale ressaltar que é obrigatório ter jogado e terminado pelo menos uma vez Oxenfree 1 para curtir o 2.

O final de Oxenfree 2 está diretamente ligado ao jogo inicial, de modo que é muito provável que você não entenda nada do que acontece no final dessa aventura.

No final desse artigo está o final explicado de Oxenfree 2, com grandes spoilers, então se você é fã de joga, nossa nota para o jogo é 8/10. Agora só volte aqui quando terminar os dois games.

 

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De volta a ilha dos mistérios

Oxenfree é um dos meus adventures favoritos do mobile. Este jogo é para mim como se fosse um livro juvenil da coleção Vagalume dos anos 80 e 90. Se você é “das antigas” como eu e lembra de livros como “O escaravelho do diabo” e “Um Cadáver Ouve Rádio”, sabe do que estou falando.

Muito bem escrito e com ótimos diálogos, Oxenfree 1 oferece uma aventura adolescente sem clichês e com temas muito bem abordados.

O segundo jogo, no entanto, foca numa personagem mais adulta, na faixa dos 30 anos. Riley faz parte de um grupo ambiental contratado pelo governo para estudar os efeitos do desmatamento e poluição sonora. Contudo, a chefe de Riley tem vasto conhecimento em fenômenos sobrenaturais.

A coisa fica mais estranha ainda quando há a insistência de que Riley faça parte do caso, já que ela cresceu pelas redondezas de Camena, Oregon, local próximo a ilha dos acontecimentos do primeiro game.

Oxenfree 2, eu esperava um retorno da pegada “conflitos de adolescentes”. Contudo, no quesito desenvolvimento de personagem os roteiristas vacilaram um pouco.

Riley é interessante, mas seus conflitos demoram muito para serem abordados, e quando eles chegam, você já quer se apressar para ver o final da aventura.

 

Triângulos continua a assustar em Oxenfree (Foto: Divulgação).

 

Novos Personagens

Riley – a nova protagonista. Uma alpinista experiente que foi contratada para por um grupo ambiental para estudar os fenômenos em Camena.

Jacob – um eletricista / faz tudo da região. Na trama, ele atua como companheiro de Riley. Ele está a procura de sua cachorrinha perdida.

Evelyn – Chefe de Riley que ajuda através de suporte no Walkie-Talkie.

Olivia – faz parte de uma seita de adolescentes que está tentando reativar os portais e passar para a outra dimensão.

 

Miolo morno

A missão inicial é colocar três transmissões para capturar dados meteorológicos sobre a ilha de Edward. Como é de se imaginar, a missão sai dos trilhos muito rapidamente. Vários surtos eletromagnéticos revelam algo muito estranho com o local.

Todas as peças são colocadas para termos mais segredos revelados, contudo, o “miolo”, o meio do jogo é muito morno.

No meio do jogo, eu senti grandes chances de desistir de jogar até o final.

Os locais para instalar os transmissões ficam muito distantes um do outro. Entre eles, há poucos elementos investigativos e de exploração.

Essa parte é terrivelmente estragada por um dos personagens mais chatos já inventados na história dos games: Jacob.

Jacob é simplesmente um dos “companions” mais irritantes que já vi na vida. O cara não cala a boca um segundo!

Isso seria algo tido como “OK” em outros jogos, mas devido ao sistema de diálogos de Oxenfree é muito comum Jacob interromper Riley ou outros personagens enquanto algo importante está sendo dito.

Como eu queria um modo sem Jacob (Foto: Divulgação).

E tem mais. Graças a Jacob, perdi várias interações com o cenário que precisam ser feitas em determinado momento simplesmente por que ele não calava a boca um segundo. Em outras palavras, ele atrapalha a jogabilidade em vários momentos.

Jacob não serve para alívio cômico, muito menos suporte emocional. O relacionamento dele com Riley é raso e sem profundidade. Para deixar claro, em termos de história, o personagem é mal escrito é completamente desnecessário. Sua única utilidade é ser um “sidekick” com quem a protagonista possa conversar, algo que poderia ser facilmente imbuído em Evelyn ou Nick.

Nick seria um companion muito mais interessante. Ele é um marinheiro que está perdido em alto mar, mas acompanha Riley pelo rádio.

Com claros sinais de depressão, Nick precisa de suporte e contato constante. Sua história parece bacana, pena que o jogo não deu uma chance ao personagem.

 

Sistema de diálogos

Oxenfree tem um dos sistemas de diálogos mais geniais do mundo dos games.

Apesar de nos dar apenas três opções, esse sistema permite ter uma conversa perfeitamente normal.

Por exemplo, você não precisa esperar o NPC terminar de falar para cortar a frase dele. Também há a opção de ficar em silêncio, o que gera uma resposta positiva ou negativa para o NPC (representada por emoticons).

Apesar de parecer meio invasivo, esse tipo de sistema é muito interessante para discussões e torna a conversação mais natural.

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Sem a menor sombra de dúvida, o sistema de diálogo de Oxenfree é algo que deveria ser implementado em outros games.

 

Potencial desperdiçado

Um dos grandes potenciais desperdiçados de Oxenfree 2 está no quesito jogabilidade.

O estúdio Night School Studio não aparou as arestas do primeiro game, que apesar de excelente, não é perfeito. Um exemplo é caminhar por longos mapas sem ter muito o que fazer.

O rádio está menos interessante do que no primeiro game. Há poucas pistas a serem tiradas a partir dele. A principal função do rádio será ativar os portais dimensionais e ativar portas que são controladas por rádio frequência.

O Walkie-Talkie, uma novidade de Oxenfree 2, nos permite falar com vários personagens. Isso é bem legal, mas todos os personagens com que falamos, com exceção dos “vilões”, não podem ser encontrados em pessoa.

Os puzzles são simples e o game é bem direto em sua narrativa. Evitando descaminhos e quests paralelas. Isso gera uma sensação de potencial desperdiçado.

Os cenários são bem maiores do que no primeiro game, e mesmo assim, não há muito o que descobrir.

 

PC e Mac via STEAM a partir de R$ 101,24.

Para mais atualizações, siga a Night School no Twitter, Facebook e Instagram ou visite o site oficial.

APP STORE (iOS)

GOOGLE PLAY (ANDROID)

Desenvolvedora:  Netflix
Publicidade: Não | Jogo Offline (login só uma vez por mês)
Contém compras embutidas: Não
Requer Android 8 /  iOS 11
Idioma: Português | Tamanho:  1 GB

 

Final de alto impacto (SPOILERS)

Apesar dos problemas, poucos enigmas e história bem linear, parece que o melhor de Oxenfree II ficou guardado para o final.

Até chegar no terceiro ato, eu não estava gostando da jornada de jeito nenhum.

Mas que final, meus amigos!

A revelação de quem é a vilã de fato, revira completamente a história da franquia!

 

NÃO LEIA A PARTIR DAQUI SE NÃO TIVER TERMINADO O PRIMEIRO GAME!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Live completa:

 

 

[spoilers]

No final, é revelado que a vilã de Oxenfree 2: The Lost Signals é ninguém menos que Alex, a protagonista do primeiro jogo.

Ela mandou mensagens para Riley e Olivia para tentar possuir seus corpos, da mesma forma que fez os tripulantes do submarino USS Kanaloa.

Carambolas! Isso dá uma dimensão completamente diferente para a personagem Alex. Pensei até mesmo que nem era ela, mas ao fim de Oxenfree 2 algo inacreditável acontece.

Se você não reparou bem ao terminar o primeiro game, no Oxenfree original, o game termina com os personagens presos em um loop temporal. O que parece ser o final, na realidade é começo do jogo.

Em Oxenfree 2, aparentemente, quebramos esse loop e Alex, Riley, Jonas, Clarissa, Ren e Nona podem escapar e continuar suas vidas de adolescentes.

Esse final, no entanto, depende das escolhas do jogador. Como só terminei o game apenas uma vez, não sei dizer se este é o verdadeiro final de Oxenfree 2.

 

 

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