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Review: Oceanhorn 2 NÃO faz falta no Android

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Depois de um iPhone 8 Plus queimado, finalmente tive a chance de terminar Oceanhorn 2. O que dizer de um dos jogos mais aguardados pelos fãs do Android?

Senta aqui que temos muito o que conversar.

Tecnicamente belíssimo, Oceanhorn 2 tem desenrolar lento e que pode cansar o jogador (Foto: Reprodução).

 

A receita para chamar a atenção do jogador com uma imagem de gameplay é muito simples hoje em dia: uma screenshot do personagem em frente a uma vasta planície verdejante.
Pronto! Rapidamente a mente do jogador vai direto para o “mundo do hype” com possibilidades infinitas e gameplay com mais de 300 horas.

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É o caso aqui? Definitivamente não.

 

Oceanhorn 2: Knights of the Lost Realm (Cavaleiros do Reino Perdido) é um game indie com visual e mecânicas que lembram (repetindo, lembram) The Legend of Zelda.

É nesse cenário que Oceanhorn 2 chegou ao PC, Xbox e PlayStation 5 recentemente. Vale lembrar que Oceanhorn 2 já havia sido lançado para o Switch em 2020.

Ganhamos uma chave do jogo e neste review você vai conferir se vale mesmo a pena ficar nessa espera pelo jogo que nunca chegará ao Android.

 

Oceanhorn 2 NUNCA chegará ao Android

Espera, como assim Oceanhorn 2 nunca chegará ao Android?

Caso você não saiba, Oceanhorn 2 foi lançado em 2019 como exclusivo do Apple Arcade para iOS, o serviço de assinatura de jogos da Apple. Então, por questões de contrato com a Apple, o game pode ser lançado em outras plataformas, menos na concorrente direta. Algo similar ao que acontece com os exclusivos da Sony, que podem sair para PC, mas não para o Xbox.

É justamente a versão de PS5 que é o objeto dessa análise. Recebemos uma chave de acesso que nos foi gentilmente cedida pela Cornfox & Brothers.

A grande pergunta é: Oceanhorn 2 fará falta no Android?

Se você espera esse jogo há muito tempo como se fosse um dos melhores games da geração atual no mobile, deixe-me quebrar sua expectativa. Oceanhorn 2 é um jogo bonito, porém mediano. Nota 7.

 

Sem sombra de dúvidas é um jogo belíssimo. (Foto: Reprodução).

 

Comparações INJUSTAS com os “Zelda novos”

Um dos grandes problemas de Oceanhorn 2, sem nem iniciar o game, é a comparação com The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Tears of the Kingdom.

É muita covardia. Estamos comparando um game feito por um estúdio que não tem nem 10 pessoas, com um game com investimento multimilionário e mais de 300 funcionários.

Apesar do visual muito bonito e do escopo de “quase mundo aberto”, Oceanhorn 2 é um jogo muito, mas muito mais modesto do que esses dois grandes hits da Nintendo.

Todo mundo que bate o olho em qualquer screenshot do game, já faz logo o comparativo com os jogos de “Zelda” mais novos.

As semelhanças, que podem ser vistas como elogios, também são a maldição de Oceanhorn 2.

A falta de informação, especialmente em português, fez com que muitas pessoas tenham uma impressão completamente errada sobre o game.

Oceanhorn 2, para colocar em termos bem práticos, é um jogo INDIE de ação e aventura que puxa mais para um Collectathon.

O que é um jogo Collectathon?
Um game collect-a-thon (Collectathon) é um jogo com pegada mais simples na dificuldade e cujo objetivo principal é estimular o jogador a coletar todos os itens a fim de completar 100% do game.

Essa falta de entendimento sobre como exatamente é o game faz muita gente criar expectativas erradas, e acredito que minha função como “reviewer” é deixar bem claro o que o jogo é, e o que ele não é.

 

A história de Oceanhorn 2

História demora um pouco para se mostrar interessante (Foto: Reprodução).

Oceanhorn 2 é um prequel do primeiro game. Situado vários anos antes, o game conta a história de 4 cavaleiros que juntos vão lutar contra dois vilões que querem destruir o mundo de Arcadia.

O enredo é muito bom, mas o roteiro deixa a desejar.

Vou colocar de uma forma melhor, a história parece até interessante no papel, pelo modo como ela se conecta ao primeiro game, mas não a forma como tudo se desenrola, deixa a desejar.

A animação dos personagens durante o diálogo é bem dura e estranha e revela o quanto o estúdio é novato nesse tipo de implementação. Com certeza, isso é algo que passa despercebido em um game com visão isométrica, como o primeiro título da franquia.

Aqui temos um palco para uma grande história, mas a apresentação e desfecho deixam muito a desejar. Contudo, o jogo está todo legendado

em português do Brasil, com uma boa legenda, e com pouquíssimos erros.

 

Oceanhorn 2 é uma aventura Lego?

Espera aí, Lego?

Pois é! Oceanhorn 2 já era um jogo muito fácil no iOS, quando foi lançado em 2019.

Eu esperava que a Cornfox deixasse um jogo um pouco mais difícil nas “plataformas principais”, mas aconteceu exatamente o contrário.

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Não há seletor de dificuldade e muito menos “NewGame+”. Oceanhorn 2 é um dos jogos mais fáceis que já joguei. E olha que jogos de celular costumam mesmo ser mais fáceis (por conta do touch e do público-alvo).

Isso foi um pouco decepcionante para mim. As críticas que vi com relação ao combate estão completamente erradas.

Dificuldade não é o forte de Oceanhorn 2. O jogo é absurdamente fácil (Foto: Reprodução).

O combate em Oceanhorn 2 é muito bem bolado, com mecânicas num nível “Souls”, como “Parry”, contudo, ele é ridiculamente fácil.

O game é cheio de mecânicas com uso de armas de magia, ganchos e escudos, algo que poderia ser muito bem explorado com chefões, ou até NPCs difíceis, mas não é o caso aqui.

A dificuldade em Oceanhorn 2 está no ato de coletar tudo que já está no game. Por isso que, para mim, o jogo soa mais como um “collect-a-thon” do que um jogo de ação.

O ato de sair vasculhando todos os cenários atrás de cada segredo para desbloquear todas as conquistas é mais atrativo do que

A missão de prender todos os prisioneiros da Cidade Branca não é nem um pouco óbvia e exige muita exploração.

Isso é uma qualidade e também um problema de Oceanhorn 2.

 

O combate possui mecânicas boas, mas a facilidade dele incomoda muito. O desafio principal é coletar todos os itens do game, o que pode ser cansativo, por conta de um “fast travel burocrático”.

Fiquei esperando um ” Newgame+” inutilmente. O final abrupto, indica um projeto que queria mais ser, mas que não conseguiu por questão de tempo e $$.

 

Exploração pode não agradar muita gente

Explorar o mapa seria interessante se o jogo indicasse os locais de “aportar”. (Foto: Divulgação).

A exploração dos cenários em Oceanhorn 2 é lenta e isso pode ser um incômodo para muita gente. Para mim, pelo menos, foi.

Tudo é desnecessariamente longe demais, para justificar “tempo de tela”. O mapa principal é vazio e com inimigos repetitivos.

Até mesmo o sistema de “fast travel” do jogo é burocrático. Ele exige que você vá a uma determinada parte de cada mapa e acesse a câmera de teleporte.

Os outros “fast travel” são um barquinho e um avião, ambos bem burocráticos e com poucos locais para embarcar e desembarcar.

O problema está justamente no fato dos mapas de Oceanhorn 2 serem um pouco grandes para esse tipo de proposta.

Nesse aspecto, faria sentido uma montaria, certo? Não existe montaria no game.

Há uma moto que usamos apenas em momentos específicos.

O mapa principal é vago e o sistema de teletransporte, muito burocrático (Foto: Reprodução).

Enfim, esse caminhar lento pelo cenário é bom na primeira parte da aventura. Entretanto, depois de conhecer tudo, vira um saco ter que explorar cada cenário dos mapas sem nenhuma ajuda do game.

Sim, Oceanhorn 2 não te dá moleza na hora de caminhar pelo mapa. Tudo é muito longe, demora muito para caminhar, mesmo correndo e mesmo usando o gancho para acelerar as coisas.

Fica a impressão de que fizeram o jogo de um modo que você passe muitas horas nele, uma pena que boa parte dessas horas serão enfrentando inimigos fáceis e caminhando por cenários vazios.

 

O jogo é fácil, mas o sistema de missões é confuso (Foto: Reprodução).

 

Conclusão

Oceanhorn 2 é um dos jogos mais desejados do Android. Depois de quase terminá-lo no iPhone 8 Plus (que queimou no meio da “platina”), finalmente consegui finalizá-lo no PlayStation 5.

Cheio de momentos inspiradores como um combate interessante e mecânicas de exploração, inclusive submarina, o game deixa a desejar com um design de fases muito simples, inimigos repetitivos e um fast travel burocrático.

A versão de PS5 de Oceanhorn 2 é lindíssima, com o jogo rodando a incríveis 4K@60FPS perfeitos sem qualquer tipo de stuttering. Um game fácil de jogar e com combate divertido. Contudo, a exploração lenta dos cenários a fim de completar tudo pode fazer o jogador largar a jornada do herói antes de sua conclusão.

Para quem possui um bom smartphone Android e está pensando em emulá-lo, talvez seja melhor emular algum Zelda, que será bem mais recompensador.

 

E isso que eu quero dizer com  “não vai fazer falta no Android”. Daqui uns 3 ou 5 anos, quando esse game estiver disponível na Google Play, o poder dos smartphones Android será tão grande que Oceanhorn 2 será uma mera curiosidade.

 

 

LINK OCEANHORN 2 NA STEAM (PC)

LINK OCEANHORN 2 NO IOS

 

 

Veja também:

Review: Oceanhorn é um novo game em “estado da arte” para iOS

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